Pequenas mudanças de comportamento no dia a dia e a substituição de equipamentos antigos por modelos mais modernos e econômicos podem reduzir significativamente a conta de energia. Estudos apontam que essas práticas têm o potencial de diminuir o consumo mensal em até 35%, o que representa alívio no orçamento das famílias e um uso mais sustentável dos recursos.
De acordo com Ana Paula Nunes, especialista em eficiência energética da Energisa Paraíba, a economia pode vir de diferentes frentes. “Em média, mudanças de hábitos podem reduzir o gasto doméstico em kWh entre 10% e 20%. Já a troca de equipamentos por modelos mais econômicos tem o potencial de diminuir o consumo de 15% a 40%. Os 35% são uma média, considerando, por exemplo, a compra de um ar-condicionado mais eficiente, mas também o uso de um chuveiro elétrico mais potente. Assim, ganha-se de um lado, mas perde-se de outro”, explica.
Entre os principais vilões do desperdício estão os aparelhos que permanecem conectados à tomada mesmo quando não estão em uso. Um modem de internet, por exemplo, pode consumir sozinho 11kWh por mês — o mesmo gasto de um decodificador de TV a cabo. Em um cenário com três desses equipamentos ligados, são 33kWh gastos sem que haja ninguém em casa. Retirar esses itens da tomada é uma medida simples e de baixo custo para reduzir o desperdício.
Outro exemplo está no chuveiro elétrico, responsável por boa parte do consumo residencial. Uma redução de apenas três minutos no banho, somada a uma regulagem mais baixa da temperatura da água, pode diminuir o gasto do aparelho em até 23%. “São pequenas mudanças que, ao final do mês, se refletem em uma conta mais leve e ainda contribuem para o uso consciente da energia”, reforça o coordenador da Energisa.
Confira a seguir algumas dicas práticas da Energisa, considerando instalações elétricas em boas condições:
Chuveiro elétrico
Numa casa com quatro pessoas, um banho de 8 minutos por dia consome, em média, 88kWh por mês, considerando um modelo 5.500W, que é o mais comum. Na temperatura mínima, o consumo cai para 32kWh. Se o tempo de banho for reduzido em 3 minutos, o gasto diminui ainda mais, com consumo total estimado em 20kWh mensais.
Ar-condicionado
Um modelo de parede de 10.000 BTUs sem classificação A do Procel de eficiência energética consome 288kWh por mês. Com etiqueta A, o consumo cai 27%, para 210kWh. Programar o timer para desligar 30 minutos antes da hora de acordar mantém o ambiente fresco e reduz o gasto mensal em 18 kWh no aparelho mais econômico. E optar pelo termostato em 23°C gera economia extra de até 60 kWh. Limpar o filtro semanalmente com água e escova e contratar uma faxina profissional uma vez por ano também reduzem os gastos, já que a poeira faz o motor e compressor trabalharem mais, consumindo mais energia. Já um modelo split de 10.000 BTUs com a melhor certificação do Procel consome 190kWh. O ventilador, no entanto, segue sendo mais econômico, gastando, em média, 15kWh por mês, se ligado 8 horas por dia.
Geladeira
Um refrigerador de duas portas sem classificação A do Procel gasta em média 160kWh por mês. Um novo, com a melhor nota de eficiência energética, consome mensalmente 60kWh — uma economia que pode chegar a 63%. Para economizar, é preciso estar atento também ao estado do aparelho. Após cinco anos de uso, a borracha de vedação da geladeira começa a perder qualidade. E sem o fechamento perfeito, o compressor consome mais energia para manter a temperatura interna entre 2°C e 4ºC. Como teste, abra a porta, coloque uma folha de papel na direção da borracha e feche em seguida. Se a folha sair com facilidade ao ser puxada, troque a borracha, que já não está vedando direito e elevando o gasto energético.
Luz de espera (Stand by)
Os aparelhos que ficam com a luz de stand by acesa consomem energia mesmo desligados. As luzes de um decodificador de TV a cabo ou do modem de internet utilizam 11kWh ao longo de 30 dias mesmo. O painel de um micro-ondas gasta 2kWh por mês e a luz de stand by de um televisor acesa por 24 horas diárias sem que o aparelho esteja funcionando consome 0,72kWh, independentemente do tipo de aparelho. A dica é desligar esses aparelhos da tomada quando não estiverem sendo usados.
Carregador de celular
Cada carga total de um aparelho celular consome, em média, 0,02 kWh. Considerando uma carga por dia por telefone, uma família de quatro pessoas gasta mensalmente 2,4kWh. Não é muito. Mas deixar o carregador na tomada com o telefone na carga total também consome energia: 0,0003 kWh. E se o carregador ficar sem o telefone pode gastar mensalmente até 0,22kWh.
Ferro de passar
O consumo médio para uma hora de uso três vezes na semana é de 15kWh por mês. O ideal é acumular roupa, já que o tempo que o aparelho leva para esquentar gera desperdício. Outra dica é passar primeiro as roupas que requerem uma temperatura mais alta, como linho. As mais fáceis de serem esticadas podem ficar para o fim, utilizando o calor da resistência que é mantido após o ferro ser desligado.
Máquina de lavar roupas
O consumo é baixo. Uma lavadora com selo A de eficiência usada uma hora por dia, três vezes na semana, gasta 7kWh em um mês. O ideal é utilizar a capacidade máxima, acumulando roupa até mesmo para fazer um uso mais adequado da água.
Outros aparelhos
Vassoura em vez de aspirador de pó pode gerar uma economia de 11kWh no mês, considerando utilização duas vezes por semana por uma hora. Lâmina em vez do barbeador elétrico evita o gasto mensal de 0,06kWh para quem usa três vezes por semana por 30 minutos. O coador no lugar da cafeteira proporciona redução de 24kWh na conta de luz se o uso for diário por uma hora. E, se for trocar alguma lâmpada, opte por LED com selo Procel, pois duram mais e são mais eficientes energeticamente.
Assessoria – Energisa
