Céu nublado em Patos (Foto: arquivo/Folha Patoense)
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De 21 de junho a 23 de setembro o Hemisfério Sul vive a estação do inverno, a qual é caracterizada por temperaturas mais amenas, isso porque é nessa época do ano que os raios solares incidem de forma mais inclinada sobre o referido hemisfério, com isso chega menos radiação solar incidente à superfície de que no restante do ano, afirma o físico e meteorologista Rodrigo Cézar Limeira.

Vejam o que diz o estudioso no texto abaixo:

O inverno é, portanto, a estação caracterizada pela redução da temperatura do ar, no entanto, quando a estação ocorre com a influência de fenômenos oceânicos de larga escala como o El Niño, a temperatura do ar fica acima da média durante a estação, isso ocorre porque o El Niño contribui para que uma alta pressão persistente atue sobre grande parte do Nordeste do Brasil, essa alta pressão pode inibir por dias e até semanas seguidas a formação de nebulosidade sobre a região, deixando a superfície mais exposta a radiação, e consequentemente a elevação da temperatura, ou seja, quando há um El Niño atuando na região central do Oceano Pacífico Equatorial os meses de junho, julho, agosto e setembro registram temperaturas acima da média, no entanto, quando há uma La Niña configurada durante a mencionada estação, o efeito é o oposto, as temperaturas variam de normais a abaixo da média durante o inverno na região. Isso se deve ao fato da La Niña contribuir para a intensificação de instabilidade atmosférica sobre grande parte do Nordeste. A instabilidade atmosférica está associada a formação de nuvens de chuva e de uma forma geral nebulosidade em quantidade significativa sobre a mencionada região.

O que vem ocorrendo no inverno de 2020 no Semiárido?

Em 2020 não ocorreu El Niño nem La Niña ao longo do primeiro semestre do ano, com isso o clima no Nordeste vem se comportando dentro de um cenário de normalidade.

Dessa forma, o esperado para junho, julho, agosto e setembro é um quadro de temperaturas mais amenas do que se estivesse configurado o fenômeno El Niño, e um pouco mais elevadas do que se estivesse configurado o fenômeno La Niña.

Durante o inverno de 2020, o Semiárido segue a tendência de ter mais nebulosidade de que se estivesse configurado o fenômeno El Niño, e de ter menos nebulosidade de que se estivesse configurado o fenômeno La Niña.

Em outras palavras o frio observado algumas noites nesse mês de julho no Semiárido, está associado à ausência tanto do fenômeno climático e oceânico El Niño, quanto a própria época do ano, já que julho também é mês que integra o inverno do Hemisfério Sul.

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