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Na madrugada de ontem (quarta, 17) a dona de casa Maria Claudiana Silva Basílio, de 29 anos, residente em Matureia, na Região Metropolitana de Patos, gestante de 31 semanas, começou a sentir fortes dores e acionou o serviço de transporte do município, solicitando um deslocamento até a cidade de Patos.

Por volta das duas horas, ela entrou na Maternidade Dr. Peregrino Filho. Uma técnica de enfermagem tentou auscultar os batimentos cardíacos fetais, mas sem sucesso. A técnica de enfermagem informou à médica de plantão, que, mesmo sem ter contato nenhum com a gestante, disse que ela teria de ser levada para Campina Grande.

 A motorista que levou a gestante para a Maternidade ligou para Bruno Wanderley, secretário de Saúde de Matureia, dizendo que  estavam voltando para a cidade, pois não houve atendimento em Patos e a orientação da médica plantonista era de que a gestante teria que ser levada para Campina Grande.

Bruno, que é enfermeiro, a levou para um PSF de Matureia (isso durante a madrugada) e tentou auscultar também os batimentos cardiofetais, e também sem sucesso.  Ele logo imaginou que poderia se tratar de um óbito fetal.

O secretário então ligou para o radiologista Thiago Wanderley, que mora em Patos e dispõe de aparelhos de ultrassom portáteis. Ele contou o caso ao radiologista e perguntou se ele poderia fazer uma ultrassom dentro da ambulância, pois queria saber a situação do feto,  uma vez que não haviam sinais de batimentos cardíacos.

Dessa forma  a gestante voltou para Patos, agora acompanhada também pelo secretário Bruno. A ultrassom foi feita dentro da ambulância com o equipamento portátil do médico Thiago Wanderley. Foi feita a ultrassom obstétrica pélvico e uma transvaginal e foi identificado que o feto estava em situação pélvica, ou seja, “sentado”, como se diz popularmente, e se tratava de um óbito fetal intrauterino, já em período expulsivo, ou seja, prestes a nascer.

O secretário de Saúde de Matureia foi à Maternidade acompanhando a gestante e explicou a situação, pedindo para que ela entrasse em trabalho de parto, mas, segundo ele, uma enfermeira e um médico colocaram dificuldades, pedindo que a gestante fizesse uma ultrassom particular, porque, mesmo a ultrassom tendo sido feita pelo Doutor Thiago, não havia um laudo. “A ultrassom com o doutor Thiago foi feita às pressas, eu não tinha ainda um laudo, e eles queriam um, mesmo eu afirmando que sou enfermeiro e dizendo que a ultrassom acusou o óbito do feto. Eles insistiam que teria que ter um laudo. Como vou levar a gestante para fazer ultrassom na situação em que ela se encontra?  Indaguei mais de uma vez. Daí o médico Odir Borges chegou e  ao tomar conhecimento da situação disse que não precisava mais de ultrassom, que ela deveria ser internada e que se providenciasse o parto”, disse Bruno Wanderley.

A gestante foi internada, o parto foi realizado e confirmado o óbito do feto. Segundo as informações o feto já estava em óbito há cerca de 15 dias.  A mãe está bem e teve alta nesta quinta-feira, 18. “Minha indignação foi com a médica da primeira ida da gestante à Maternidade ter dito, sem ao menos vê-la, que ela teria que ser levada para Campina Grande. Um descaso com as pessoas”, disse Bruno Wanderley.

Em contato com a assessoria da Maternidade recebemos a seguinte explicação:

NOTA ESCLARECIMENTO

A paciente Maria Claudiana Silva Basílio, da cidade de Matureia, deu entrada na Maternidade Dr. Peregrino Filho, no dia 17, as 7h33 e as 9h20, em óbito fetal intrauterino (OFIU) e, logo após isso acontecer, ela passou pelo procedimento de curetagem. A paciente passa bem, encontra-se internada na Maternidade, no pavilhão inferior e deve receber alta amanhã.

A direção

(Observação da Folha Patoense: a nota da Maternidade diz que a paciente deve receber alta amanhã, mas recebemos a informação de que ela já teve alta no começo da tarde e já está em casa).

Folha Patoense – folhapatoense@gmail.com

 

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