Caixa da ButanVac, a vacina contra a covid-19 do Instituto Butantan (Imagem: divulgação/Governo do Estado de São Paulo)
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A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou hoje que deu o aval para o início dos testes clínicos em humanos da vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan, a ButanVac. O imunizante promete ser o primeiro do tipo com produção 100% nacional.

O Butantan aguardava o aval desde abril, e afirma que já iniciou a produção da vacina, mesmo ainda distante da possibilidade de ter pelo menos uma autorização para uso emergencial, assim como foi concedida para a CoronaVac em janeiro.

Em nota, a Anvisa afirmou que a instituição ligada ao governo paulista ainda terá que apresentar “informações complementares” antes de começar a aplicação experimental da ButanVac. A agência federal também disse que nas últimas semanas houve “intensa troca de informações” e reuniões com o Butantan para definir a autorização.

O imunizante está sendo produzido desde o fim de abril, como foi anunciado pelo diretor do Butantan, Dimas Covas, em seu depoimento à CPI da Covid, e já possui ao menos 7 milhões de doses estocadas. Segundo Dimas, a meta seria entregar 18 milhões de doses até 31 de julho e 40 milhões até 30 de setembro.

Nas redes sociais, o governador João Doria (PSDB) comemorou a autorização da Anvisa para início de testes da vacina.

“A Anvisa acaba de autorizar os testes clínicos com a ButanVac, a vacina do Butantan contra a Covid-19, que não depende de insumos de outros países para sua produção. O Instituto Butantan já tem 7 milhões de doses prontas da ButanVac. Grande notícia. Obrigado Anvisa”, escreveu Doria.

A ButanVac foi desenvolvida em conjunto com o Instituto Monte Sinai, de Nova York (EUA).

“Senso de urgência”

O vaivém entre a Anvisa e o Butantan já durava mais de 72 dias. O primeiro documento entregue pelo instituto à agência, o Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento, foi submetido em 26 de março.

Butantan e Doria criticavam a demora da agência e falavam em “senso de urgência”. No instituto e no governo paulista, a avaliação era a de que algumas cobranças não deveriam ser feitas a fim de dar celeridade à aprovação da vacina.

“A meu ver, o senso de urgência determina que não é razoável seguir protocolos normais diante de uma situação anormal. Estamos vivendo uma tragédia, é preciso ter senso de urgência”, afirmou Doria ao UOL News, programa diário transmitido pelo UOL, em maio.

UOL

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