Para a Polícia Civil, não há dúvida de que a garota Ana Sophia entrou na casa de Tiago Fontes Silva da Rocha, suspeito de homicídio qualificado contra ela, e que de lá ela não saiu. Para a polícia, também se fortalece a cada dia a tese de que a criança está morta, com o seu corpo ocultado. O delegado Pablo Ewerton, do Núcleo de Homicídio de Solânea,  informou que foram encontrados na casa do suspeito livros sobre desaparecimento de crianças da idade de Ana Sophia e também sobre ocultação de cadáveres.

“Todos têm direito de ter livro, claro. Mas, olha o tipo de leitura… não é coincidência. Somado ao contexto de uma investigação gravíssima. Quando identificamos a existência desse tipo de literatura, Tiago foi chamado pelo delegado Aldrovili Grisi para conversar e neste momento, dia 11 de setembro, o investigado escolheu esse momento para surtar e perambular por Solânea. A partir daí, ele não é mais visto”, disse Pablo.

As informações foram repassadas nesta sexta-feira (22) durante entrevista coletiva com os delegados Pablo Ewerton, Maíra Roberta, Aldrovilli Grisi, Diogenes Fernandes e André Rabelo (superintendente da Polícia Civil) que trabalham na investigação do desaparecimento da criança.

“Temos hoje a determinação científica de que aquele vulto se trata da criança Ana Sophia. Nós conseguimos determinar que a criança não sai da casa”, disse também o delegado Aldrovili Grisi, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado mas que também integrou o grupo da investigação do desaparecimento da criança.

Ainda pesam contra Tiago o fato dele ter formatado o celular várias vezes, chegando a esconder o aparelho na casa do sogro. Quando foi ouvido pela polícia, Tiago tentou desqualificar a criança, afirmando que ela era “jogada na rua” e praticava pequenos delitos.

A Justiça acatou ontem o pedido de prisão feito pela polícia civil contra Tiago Fontes Silva da Rocha, suspeito de homicídio qualificado contra a garota Ana Sophia.

A garota Ana Sophia de 8 anos desapareceu no distrito de Roma, em Bananeiras, no dia 4 de julho, pouco depois do meio dia depois de ter ido à casa de uma amiga, que estava de saída com a mãe para outro município. Ao saber disso, a menina deixou o local. Imagens de uma câmera de segurança mostram a silhueta de uma criança com o biotipo de Ana entrando na casa de Tiago. Depois disso, ela não foi mais vista. Tiago e a esposa, professora do colégio onde a vítima estudava, negaram que ela tivesse estado na residência.

Com a quebra de sigilo telefônico do casal e mais duas pessoas da família, a polícia teve acesso a informações que reforçam a suspeita contra Tiago, que está desaparecido desde o dia 11. Na última vez que ele foi visto, estava em Solânea.

No parecer do Ministério Público pela prisão do suspeito, é detalhado o seguinte: “A entrada de uma pessoa do sexo feminino na casa do representado Tiago Fontes, que pela semelhança da silhueta, estatura e as condições de tempo indicam que se trata da menor desaparecida. Somado a essa circunstância, tem-se o fato de que os representados, embora estivessem no referido imóvel, não esclareceram quem foi a pessoa que entrou na casa. Tal hesitação levanta sérias suspeitas de que eles estejam ocultando informações e de que esse foi o último local em que Ana Sophia esteve”.

O desaparecimento misterioso da garota causou comoção em todo o Estado da Paraíba e teve repercussão nacional. O distrito de Roma foi vasculhado pela polícia militar, bombeiros e pela própria população que de maneira voluntária ajudou nas buscas. Muitas pessoas foram ao local fazer orações pelo retorno de Ana Sophia, mas somente cerca de 10 dias atrás a investigação apontou para a suspeita em torno de Tiago, que trabalhava como porteiro em um condomínio em Bananeiras e foi demitido depois que foram divulgadas informações sobre seu possível envolvimento no crime.

ParlamentoPB

Deixe seu comentário