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O morador de rua que ficou conhecido em Patos como João de Deus está internado no hospital de Patos desde o dia 30 de agosto e está sendo acompanhado num sistema de rodízio por voluntárias que se dispuseram a ajudá-lo. durante sua convalescença.

Ele sofre de problemas mentais e foi internado compulsoriamente em decorrência de sérios problemas de saúde que vinha enfrentando, mas não permitia que ninguém se aproximasse dele. Uma força tarefa foi criada e conseguiu uma autorização judicial para que pudesse interná-lo compulsoriamente. Ele foi sedado e levado para o Hospital na quinta-feira, 30/08; e na sexta-feira, 31, ele passou por uma cirurgia.

Apesar de toda a repercussão da situação dele nenhum familiar apareceu. Ninguém sabe o nome dele nem de onde ele é. Ele diz ter 25 anos, mas pouco fala e quando fala é para pedir comida ou ir ao banheiro.

Ele teve alta médica ontem (quarta, 19/09), mas segundo Luciana Pereira, que é uma das voluntárias a acompanham, vai continuar internado no Hospital de Patos até que os trâmites jurídicos estejam resolvidos para que ele possa ser transferido para um hospital especializado no tratamento de transtornos mentais. Essa documentação já está sendo encaminhada e tudo vem sendo feito para que ele não volta às ruas. João de Deus não tem documentos e isso está sendo resolvido e estão tentando conseguir uma aposentadoria para ele também.

Pelos comentários nas redes sociais de que ele poderia voltar às ruas, Luciana fez um desabafo nas redes sociais. Veja abaixo:

Pra quem está do lado de fora é fácil, difícil é ter que enfrentar todos os dias a real tarefa de cuidar de uma pessoa com transtornos mentais e quando você passa 6, 7, 8, 9 horas acompanhando ainda tem gente que pergunta você já vai para casa?! Só para esclarecer eu também tenho vida, casa e família. E quem me acompanha sabe que não meço esforços para cuidar do João. Essa semana eu fiquei doente,mas não falhei um só dia.

E com relação à alta; ele está de alta dos médicos, mas do hospital não. Ele não terá alta, será transferido desse hospital para um hospital psiquiátrico. Fico triste com tantos comentários infelizes, que hoje circularam na cidade, que ele poderia voltar a perambular às ruas. Fico triste também quando ontem o hospital não disponibilizou a medicação injetável para ele dormir. Hoje ele ficou agitado e arredio. Foi preciso muita paciência e estratégias para se fazer a aplicação agora a pouco. Estou profundamente triste também com o município que não vi até agora ação positiva com relação ao acompanhamento psiquiátrico. Ele teve apenas duas visitas do psiquiatra do CAPS, mas não iniciou nenhum tratamento médico.

Amanhã estaremos aguardando decisão do promotor do MP, para possível transferência. Também o material coletado da cirurgia já foi enviado para biópsia.

Sem mais. Desculpe-me não poder responder à todos individualmente, espero ter sido clara.

 

Folha Patoense – folhapatoense@gmail.com

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