Na Rua 18 do Forte, no bairro do Santo Antônio, em Patos. moram dois casais de cegos. Cada um mora num lado da rua, mas as casas ficam exatamente em frente uma da outra. Eles ficaram grandes amigos.
Francisco de Medeiros Lucena, conhecido por Jalask, tem 42 aos, e vive com Francicleide Feitosa da Silva, conhecida por Fofa, de 35 anos. Jalask ficou cego há cerca de dez anos em decorrência de uma forte diabetes e a esposa é cega há cerca de 15 anos, também em decorrência de problemas de saúde. Os dois estão juntos há cerca de dois anos e meio e possuem um pequeno comércio de açaí.
Luiz Carlos Vidal Fontes, tem 39 anos, é pedagogo, cego de nascença, e há 9 anos vive com a também pedagoga Silvânia Maria de Araújo Lucena, de 52 anos, que ficou cega aos 23 anos em decorrência de um erro médico. Luiz Carlos e Silvânia são conhecidos por realizar anualmente um evento para debater os direitos das pessoas com deficiência.
Os dois casais ficaram grandes amigos, fazem brincadeiras, contam piadas, inclusive piadas de cegos. “Nós chamamos essa rua de “Cegolândia”, pois além de nós quatro, tem mais duas pessoas cegas nessa rua, uma idosa e uma criança”, disse Jalask.
Os vizinhos são conhecidos pelos moradores da rua, que admiram o bom humor com que eles vivem a vida. “Nós somos cegos e muita gente pensa que somos revoltados com a vida. Não, a gente brinca, a gente conta piadas como todo mundo, e isso nos ajuda a continuar na luta”, diz Luiz Carlos.
Os quatro brincam, mas dizem que são engajados na luta pela conscientização por mais respeito às pessoas com deficiência visual ou qualquer outra deficiência e dizem que a cidade de Patos precisa avançar muito ainda na questão do acesso, da mobilidade, e que é muito difícil para um cego andar nas ruas de Patos por conta dos desníveis das calçadas.
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Fotos: Folha Patoense
