O vereador de Portel, no Marajó, Emerson Lobato foi expulso do PRTB, após viralizar nas redes sociais com um vídeo onde ele aparece em uma praia de Porto de Moz, dizendo que não vai trabalhar durante dois meses e que a mulher dele, que é funcionária de uma escola, também vai faltar serviço.
Nas imagens, o parlamentar dá a entender que os dois não seriam punidos. Em outro vídeo, Emerson Lobato promete um novo cargo para a mulher. O caso teve repercussão nacional e o vereador se retratou, afirmando que “tudo não passou de uma brincadeira” e que postou o vídeo em um grupo familiar, para fazer uma piada com a cunhada.
Nesta quinta (21), os vídeos foram o assunto na Câmara Municipal de Portel. Vereadores de oposição disseram que houve quebra de decoro parlamentar e pediram a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a situação.
A promotoria de Justiça de Portel informou que ainda vai analisar cópias de atas das sessões na Câmara, filmagens e listas de presença. A promotoria também pediu informações sobre a mulher do vereador para a Secretaria Municipal de Educação de Portel, para saber se ela trabalhou neste mês de novembro.
A Polícia Civil do Pará instaurou um inquérito para apurar a suposta prática de falsidade ideológica.
Portel tem cerca de 62 mil habitantes e um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano do país – 0,483. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a renda por pessoa de 51% da população é de até meio salário mínimo – R$499. Apenas 10,2% dos domicílios têm esgoto sanitário.
Polêmica
Segundo o vereador Walber da Silva, o Paixão, (PDT), da base de opositora, Emerson Lobato está há duas semanas sem comparecer às sessões que são realizadas às terças e quintas. “Se ele não aparecer, vamos pedir a instalação de uma comissão para investigar essa situação, pois deixou um clima na cidade de aborrecimento, as pessoas estão revoltadas, inclusive já comunicamos ao Ministério Público”, afirmou.
O promotor de Justiça, Rodrigo Vasconcelos, informou que foi determinada a instauração de uma notícia de fato para apurar as suspeitas de improbidade administrativa e requisitou a instauração de inquérito policial para apurar possível crime de falsidade ideológica, entre outros crimes. “O delegado agora deve apurar, até porque não há confirmação ainda de quando foi feito o vídeo. É preciso cautela, por isso instauramos os devidos procedimentos para investigar e devemos tomar as providências necessárias”, afirmou.