RIO – Apoiador de primeira hora de Jair Bolsonaro entre a classe artística, Carlos Vereza fez críticas à postura do presidente em relação ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e anunciou seu rompimento com o governo em seu perfil no Facebook, nesta sexta-feira.
Numa série de postagens, o ator defendeu a atuação de Mandetta e a política de isolamento dos que podem ficar em casa, além de acusar o presidente de “fritar” o ministro.
Em uma das postagens, Vereza destacou : “O número de mortes no país não está maior porque as pessoas estão se preservando em casa. Obrigado Mandettta”. A quarentena defendida pela ministro vem sendo constantemente criticada pelo presidente, que ontem, em entrevista à radio Jovem Pan, disse faltar “humildade” ao auxiliar.
Em outro post, o ator acusa: “A mesma fritura de sempre: Bolsonaro agitando seus apoiadores radicais preparando o ambiente para demitir Mandetta”. Em uma outra postagem de texto, Vereza detalha o que seria este expediente: “Essa estratégia de vitimização de Bolsonaro esgotou-se pela repetição, tornou-se previsível, e portanto cansativa. Sempre elege um inimigo, seja real ou imaginário. Assim mantém seus radicais aficionados em constante tensão como se estivesse em clima de campanha permanente. E, aí de quem, em sua equipe, comece a destacar-se pela competência: é fritado e expelido sem remissão; e ele sempre vitimizado, ‘traído’ por aqueles em ‘quem tanto confiou'”.
Em outro post, o ator anunciou o rompimento: “Estava tentando defender Bolsonaro, não tanto por ele, mas pela normalidade das instituições. Mas ele desautorizar publicamente o ministro da saúde por ciúmes, não dá mais: tirei o time”. Vereza também escreveu que vai encerrar suas postagens abertas ao público na rede social.
Vereza chegou a ser cotado para integrar a equipe da Secretaria Especial da Cultura. Presente à posse de Regina Duarte, em março, ele brincou com o convite feito pela atriz: “Fui convidado. Vou dar uma pensada. Eu não sei para qual cargo, acho que é para falar besteira”.
A secretária, por sua vez, continua endossando o discurso do presidente em suas redes. Após fazer postagens que reforçavam os riscos da quarentena para a economia, tônica do discurso de Bolsonaro e de seu núcleo duro, nesta sexta Regina postou uma imagem convidando para um “jejum nacional” conclamado no domingo, contra o coronavírus. A publicação foi posteriormente removida.