Foto: divulgação NUTES/UEPB
Compartilhe!

Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, produziu um ventilador pulmonar de baixo custo para auxiliar no tratamento de pacientes mais graves da Covid-19. A produção do equipamento é uma das iniciativas do Núcleo de Tecnologias Estratégicas em Saúde (Nutes) da UEPB, que desde o início da pandemia do novo coronavírus no Brasil tem desenvolvido diversas ferramentas para auxiliar no combate ao vírus.

O ventilador pulmonar é essencial no tratamento de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) que não conseguem realizar o movimento respiratório de maneira, mas o alto custo do equipamento tem dificultado em sua aquisição por meio dos órgãos públicos de saúde. Pensando nisso, pesquisadores do Brasil inteiro têm procurado alternativas de baixo custo para a produção dos ventiladores, como comentou Widson Gomes, pesquisador do Nutes e idealizador do projeto.

“Partimos da ideia de que precisávamos produzir um equipamento que não dependesse de compras externas e componentes difíceis de encontrar. Não só por este momento, mas visando também o futuro, pois sabemos que é necessário internalizar a produção desse equipamento e neutralizar os riscos”, disse Widson Gomes.

Apesar de ter demorado menos de um mês para ser concluído, as dificuldades na produção do ventilador pulmonar foram inúmeras. Segundo a equipe, o primeiro desafio foi encontrar uma solução que apresentasse baixo custo financeiro e fosse capaz de ser multiplicado por outras instituições de pesquisa rapidamente. Outro desafio para a equipe foi encontrar os materiais necessários, já que o comércio local está fechado devido às medidas restritivas de quarentena.

Os testes dos componentes do ventilador foram concluídos em duas semanas. Na etapa seguinte, a equipe finalizou o protótipo, e agora o momento é de iniciar os testes clínicos e regulatórios para assim, seguir para a etapa de produção em escala industrial. A documentação para aceite do ventilador pulmonar está em andamento.

“Temos trabalhado intensamente para apresentar essa solução com rapidez. Estamos numa guerra contra o vírus e temos que ser rápidos no desenvolvimento de produtos que possam contribuir com os órgãos de saúde”, destacou o professor Misael Morais, doutor na área de Processamento da Informação e coordenador geral do Nutes.

Outras iniciativas

O Núcleo de Tecnologias Estratégicas em Saúde (Nutes) da UEPB também está produzindo protetores faciais para bebês recém-nascidos, principalmente os prematuros, que precisam passar mais tempo nos hospitais.O dispositivo foi feito em tecnologia 3D, considerando a anatomia e a necessidade de conforto dos bebês que possuem a saúde frágil e estão internados em unidades hospitalares que naturalmente estão recebendo pacientes da Covid-19.

Em parceria com órgãos como o Senai e empresas privadas, o Nutes também fez mais 15 mil protetores faciais para distribuir aos profissionais de hospitais de saúde de hospitais públicos e privados da Paraíba. De acordo com a coordenadora do laboratório que está desenvolvendo o protetor facial, Yasmyne Martins, os profissionais poderão ficar ainda mais seguro com o uso do material. Uma rede de apoio foi criada em Campina Grande para acelerar a produção do equipamento.

Além dos protetores faciais, os pesquisadores do Nutes também desenvolveram um sistema que permite aos profissionais de saúde o monitoramento epidemiológico em tempo real dos casos de coronavírus atendidos em hospitais da Paraíba. A ferramenta ‘eCovid’ permite que médicos infectologistas monitorem de maneira remota o quadro de saúde dos pacientes com Covid-19 internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), e mapeia a a evolução clínica dos internos das unidades hospitalares onde o dispositivo for instalado.

Jornal da Paraíba

Deixe seu comentário