Fabrício Queiroz chega ao IML de São Paulo apos ser preso na manhã desta quinta-feira — Foto: TV Globo
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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu a prisão de Fabrício Queiroz por ter encontrado indícios de que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro continuava cometendo crimes.

Fabrício Queiroz, ex-assessor e ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi preso em Atibaia, interior de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (18).

A TV Globo apurou que o MP considerou ter reunido três condições para pedir a prisão de Queiroz: continuava delinquindo, estava fugindo e vinha interferindo nas provas.

Em sua rede social, Flávio Bolsonaro afirmou, na manhã desta quinta, que a verdade prevalecerá. “Encaro com tranquilidade os acontecimentos de hoje. A verdade prevalecerá! Mais uma peça foi movimentada no tabuleiro para atacar Bolsonaro. Em 16 anos como deputado no Rio nunca houve uma vírgula contra mim.Bastou o Presidente Bolsonaro se eleger para mudar tudo! O jogo é bruto!”.

Em Brasília, nesta manhã, o presidente deixou o Palácio da Alvorada, residência oficial, em um comboio em alta velocidade, e não parou para falar com apoiadores, como costuma fazer rotineiramente.

No mandado de prisão expedido contra Queiroz o juiz determina que “sob qualquer hipótese” ele seja custodiado no Batalhão Especial Prisional e ainda determina que a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) mande-o para uma unidade do Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.

“(…) determina à Secretaria de Administração Penitenciária – SEAP, que encaminhe o referido investigado para uma unidade prisional compatível com a sua segurança e o rigor da medida preventiva, preferencialmente no Complexo de Gericinó, em Bangu, estando vetada em qualquer hipótese sua custódia no Batalhão Especial Prisional – BEP”., determina o documento.

Como foi a prisão

Queiroz estava em um imóvel de Frederick Wasseff, advogado da família Bolsonaro, aonde a força-tarefa chegou por volta das 6h30.

Segundo um delegado que participou da operação, foi preciso arrombar o portão e a porta da casa onde Queiroz estava. Ele não resistiu e só disse que estava muito doente.

O ex-assessor foi levado para unidade da Polícia Civil no Centro da capital paulista. Ele passou pelo Instituto Médico-Legal e foi levado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.

Sua transferência para o Rio estava prevista para esta quinta.

No Rio, a Polícia Civil também fez buscas no início da manhã em um imóvel que seria de uma funcionária do gabinete de Flávio Bolsonaro, em Bento Ribeiro, Zona Norte da capital fluminense.

O que pesa contra Queiroz

Os mandados de busca e apreensão e de prisão contra Queiroz foram expedidos pela Justiça do Rio de Janeiro, num desdobramento da investigação que apura esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Segundo um relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira considerada “atípica”, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, incluindo depósitos e saques.

Policial Militar aposentado, Queiroz trabalhou para Flávio Bolsonaro na época em que o filho mais velho de Jair era deputado estadual no Rio. Queiroz foi assessor e motorista de Flávio até outubro de 2018, quando foi exonerado.

No final de maio, ao rebater acusações feitas pelo governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, durante transmissão na internet, Flávio Bolsonaro elogiou Queiroz e o chamou de “cara correto” e “trabalhador”.

Advogado do presidente

O advogado de Flávio Bolsonaro dono do imóvel de Atibaia onde Queiroz estava ao ser preso, Frederick Wasseff, é o mesmo fez a que atuou no caso da facada que Bolsonaro sofreu de Adélio Bispo em Juiz de Fora (MG), durante a campanha eleitoral para a presidência da República, em 2018.

Wassef participou nesta quarta-feira (17) da cerimônia em que o presidente Jair Bolsonaro deu posse ao novo ministro das Comunicações, Fábio Faria.

Em setembro de 2019, quando não se sabia o paradeiro de Fabrício Queiroz, Wasseff disse ao programa Em Foco não saber onde estava o ex-assessor, e afirmou que não é advogado dele.

G1 RJ

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