Mãe arrastou saco com recém-nascido enquanto estava com filho de um ano no colo/Imagem de câmera de monitoramento confirma que mãe saiu do prédio na manhã da ocorrência (Fotos: G1 Santos)
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A jovem de 20 anos que jogou o bebê recém-nascido de 2º andar de um condomínio em Praia Grande, no litoral de São Paulo, disse à Polícia Civil que não sabia da gravidez. A garota foi flagrada por câmeras de monitoramento arrastando o saco de lixo onde colocou o bebê e afirmou não saber da gravidez durante conversa informal com policiais civis na unidade de saúde onde foi internada. O G1 confirmou a informação neste sábado (20).

De acordo com a delegada titular Lyvia Bonella, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Praia Grande, a jovem relatou sentir medo da reação da mãe quando viu a criança nascendo. “Pelos relatos, ela tinha muito medo que a mãe viesse a descobrir da gravidez. Ela tem um outro bebê de aproximadamente um ano e quatro meses”, afirmou a delegada.

Assim como a jovem de 20 anos, a mãe dela afirmou à Polícia Civil que não percebeu a gravidez. A delegada explica que a mulher afirmou durante depoimento que suspeitava de uma gestação, mas não tinha certeza, por conta do porte físico da filha, que não aparentava estar grávida.

Ainda conforme os depoimentos da jovem, ela teria entrado no banheiro por volta de 7h de quinta-feira (18), dia em que o caso aconteceu. Ela começou o trabalho de parto sozinha no cômodo da casa. Neste horário, a mãe da indiciada escutou gritos, e alegou na delegacia que imaginou que a filha estava brigando com o neto de um ano.

No depoimento feito à polícia, ela conta que neste momento foi ao supermercado. A polícia acredita que a ação da jovem de jogar o bebê e arrastar o saco de lixo aconteceu no período em que a mãe saiu da casa, em cerca de 30 minutos. Durante a análise das câmeras de monitoramento, a polícia confirmou que a mãe saiu do prédio na manhã em que o caso aconteceu.

Segundo informações da polícia, a médica legista examinou o bebê recém-nascido e alegou que ele nasceu vivo e morreu por asfixia, e não pela queda. Ainda não há como definir se a asfixia foi causada pelo fato do bebê estar dentro do saco de lixo, mas ele não tinha marcas no pescoço.

De acordo com a delegada, a jovem ainda passará por exames de psiquiatria. De acordo com Lyvia, se os resultados indicarem que ela estava em puerpério, estado alterado de ânimo logo após o parto, deverá responder por infanticídio. Entretanto, caso os exames mostrem um estado perfeito de consciência, a jovem pode responder por homicídio. A garota permanece no hospital Irmã Dulce e deverá responder em liberdade.

Entenda o caso

O bebê recém-nascido foi encontrado por uma funcionária do prédio na manhã desta quinta-feira (18). A auxiliar de serviços gerais relata que viu um saco de lixo estranho dentro da lixeira. “Vi um saco estranho. Tinha muito lixo em um balde só e a sacola estava separada. Quando eu levantei a sacola, vi muito sangue, ainda estava meio morno”, disse em entrevista ao G1.

A funcionária chamou o zelador, que a ajudou a abrir o saco, onde encontraram o recém-nascido. No momento eles acionaram a Polícia Militar, que acreditou que o bebê era um feto e comunicou a Polícia Civil para realizar a ocorrência. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também compareceu ao local. O corpo da criança foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), e a mãe está internada no hospital Irmã Dulce.

A ação da jovem foi registrada pelas câmeras de monitoramento do prédio (veja vídeo). No vídeo é possível ver o saco caindo do prédio e ela arrastando o recém-nascido. Conforme informou a Polícia Civil, a indiciada demonstrou serenidade ao relatar os fatos e não apresentou arrependimento, mantendo-se calma durante os questionamentos.”Pelos relatos, ela tinha muito medo que a mãe viesse a descobrir da gravidez”, explica a delegada.

G1 SP

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