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Nenhuma enquete, por si, merece confiança como demonstração de aceitação de determinada candidatura, justamente pela limitação do universo pesquisado. Se feita por um programa de rádio, o universo é limitado pelos ouvintes daquele programa e pelos que foram mobilizados para participar da enquete. Se realizada pelo Facebook, se limita aos seguidores daquele que realiza a enquete e aos que foram mobilizados para participarem dela. Se feita pelo telefone se limita ao universo dos que possuem telefone, dos que foram procurados por telefone e dos que foram mobilizados para participar da enquete. E há as enquetes que são dirigidas para darem um resultado previamente planejado.  

 

Daí por que muitas enquetes são claramente tendenciosas. Como um candidato que pouco gente conhece aparece numa enquete com maior número do que pessoas por demais conhecidas? E outro grande problema é que ninguém sabe ainda quem são os candidatos a prefeito, com exceção talvez do Dr. Ramonilson Alves.  

 

A única coisa que se deduz da série de enquetes e dos resultados até agora favoráveis é que o nome do Dr. Ramonilson já está bastante conhecido e o seu trabalho de divulgação está sendo bem recebido. Ele está vencendo o grande obstáculo inicial de sua candidatura, fazer-se conhecido. Ele tem uma proposta das mais aceitáveis, talvez o grande desejo de mudança de qualidade da política patoense. E sua mensagem está sendo bem recebida. Mas que não se crie um clima de já ganhou. A sua ascendência vai depender de muita luta contra as mentiras que o tentam denegrir, contra as mentiras dos que o comparam aos maus políticos, contra o oferecimento de vantagens as mais diversas que temos certeza irão ocorrer, contra o desespero dos que serão certamente alijados do jogo político com uma vitória sua.  

 

O jogo mal começou. Mas o Dr. Ramonilson está no jogo. E os prováveis concorrentes começam a lutar contra o prejuízo. Cabe ao eleitorado verificar quem é a melhor alternativa para governar a sua cidade. Acompanhando as discussões, os debates, os programas de rádio, as postagens na internet, a leitura dos jornais, a conversa com os amigos, os comícios e, afinal, todas as formas de divulgação e formação de opinião pública existentes. 

 

O importante é o eleitor ficar “ligado” em tudo o que acontece para fazer uma escolha consciente. Não só do prefeito. Mas também, no caso de Patos, dos dezessete vereadores. Com uma boa Câmara um bom prefeito terá facilidades para fazer um bom governo. Com uma Câmara ruim, só com milagres um prefeito conseguirá trabalhar bem, por bem intencionado que seja.  

 

Mas porque eu me preocupo com o universo das pesquisas, por que elas só refletem o que pensa toda a população se o pesquisador conhecer a distribuição desta população. Uma pesquisa que vise saber o que pensa a cidade tem que saber quantos eleitores existem em cada bairro ou região da cidade para ter uma amostragem proporcional ao número de eleitores. Por exemplo, se a região do Jatobá, Monte Castelo e adjacências têm 15% do eleitorado, o pesquisador deve ouvir lá 15% das pessoas que vão ser pesquisadas na cidade como um todo. E tem que pesquisar antes se a pessoa vota realmente em Patos. E fazer assim em todos os bairros ou regiões da cidade. Se numa região tem ricos e pobres, deve tentar ouvir os dois segmentos sociais, proporcionalmente à sua presença naquele bairro.  

 

Só com este cuidado, uma pesquisa se aproxima da realidade e merece realmente fé. Como as enquetes não podem fazer este tipo de verificação, a validade delas é limitada. Elas são, repetimos uma indicação de tendência do eleitorado. Daquele eleitorado que foi ouvido, mas não revelam a tendência de toda a cidade, pois muitos ficaram, proporcionalmente, de fora. Os que não ouvem rádio, os que não frequentam as redes sociais, os que não têm telefone e assim por diante.   

Luiz Gonzaga Lima de Morais – lgmorais@uol.com.br

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