Padre Cássio Augusto, da Paróquia Nossa Senhora da Assunção, em Ceilândia, no DF, morreu vítima da Covid-19 — Foto: reprodução/redes sociais
Compartilhe!

A pandemia de coronavírus fez mais uma vítima na comunidade religiosa do Distrito Federal. Morreu neste sábado (15) o padre Cássio Augusto, de 40 anos, que atuava na Paróquia Nossa Senhora da Assunção, no P Sul, em Ceilândia. A região concentra o maior número de casos e mortes pela Covid-19 na capital.

O padre morava com a mãe, que também foi diagnosticada com Covid-19 em julho, e morreu no último sábado (8), após já testar negativo para a doença. Os dois viviam em Taguatinga, cidade que tem o terceiro maior número de contaminados e óbitos (saiba mais abaixo).

Nascido no DF, o padre tem parte da família materna natural do município de Santa Bárbara, em Minas Gerais. Segundo uma das tias mineiras, Luíza Antunes, os parentes rezavam todos os dias pela recuperação. Ela define o pároco como uma “pessoa simples e afetuosa”.

“Na memória vai ficar uma pessoa muito carinhosa e chegada da família. Ele dedicou a vida a grandes causas, solidariedade. Vai fazer muita falta”, afirmou ao G1.

Cássio Augusto foi internado em 18 de julho em um hospital particular na Asa Sul. Segundo a tia do padre, ele ficou em estado grave e precisou ser entubado na mesma semana. “Rezamos todos os dias”, lamenta.

O religioso, assim como a mãe, tinha doença renal. De acordo com Luíza, não foi possível identificar qual dos dois foi o primeiro a adoecer por Covid-19.

Enquanto o padre faleceu em hospital da capital, sua mãe morreu em instituição de São Paulo, para onde foi realizar um procedimento cirúrgico no último mês, de acordo com a familiar.

Homenagens

Antes de assumir a paróquia em Ceilândia, em 2019, Cássio Augusto atuou na Paróquia Santa Maria dos Pobres, no Paranoá, e no Santuário Menino Jesus, em Brazlândia. Durante a formação em seminário, cumpriu missão itinerante na Bahia e Maranhão, além de atividades internacionais em Israel, por um ano.

A Paróquia Nossa Senhora da Assunção, em Ceilândia, comunicou o falecimento do sacerdote na noite de sábado. “A morte não significa para nós tristeza mas a certeza da vida eterna. Contamos com vossas orações pela alma dele, familiares e amigos”, diz comunicado.

A Arquidiocese de Brasília também se pronunciou sobre o falecimento. A entidade manifestou “profundo pesar”, e afirmou que o padre exerceu sua função com “zelo apostólico”.

Outros casos

Em 22 de julho, o padre João da Silva, de 52 anos, também morreu vítima da Covid-19 enquanto fazia tratamento em Campos do Jordão, em São Paulo. Ele tinha um histórico de diabetes e problemas pulmonares.

O padre nasceu em Oswaldo Cruz (SP) e completaria, em novembro, 21 anos de trabalho na igreja católica. Em Brasília, João da Silva passou pela comunidade Nossa Senhora da Esperança, na Asa Norte; na Nossa Senhora da Assunção, em Águas Claras; na Imaculada Conceição, em Sobradinho; na São Miguel Arcanjo, no Riacho Fundo I; e na paróquia São Pedro e São Paulo, na M Norte.

Em março, após o início da pandemia, as celebrações religiosas chegaram a ser suspensas na capital. No entanto, voltaram a ser realizadas em junho, com autorização do governo do DF.

Inicialmente, foram liberados apenas cultos e missas em estabelecimentos religiosos com capacidade para mais de 200 pessoas. À época, o governo afirmou que a norma tinha como objetivo evitar aglomerações.

No entanto, na última semana, novo decreto liberou celebrações em templos e igrejas de qualquer porte. Na mesma semana, também foi autorizada a entrada de idosos e gestantes. A participação de crianças com menos de 12 anos e pessoas com comorbidades está proibida.

Uma lei publicada no mês passado define as atividades religiosas como serviço essencial na capital.

Coronavírus no DF

O boletim da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) divulgado na noite de sábado aponta que Ceilândia, que tem casos contabilizados junto à região do Sol Nascente, concentra 16.803 notificações da Covid-19. O total de mortes de moradores das duas cidades chega a 372.

Já Taguatinga, onde o padre morava, registra 10.216 infectados pelo novo coronavírus e 185 mortes. A região está na terceira posição no total de contaminados comparada a outras cidades, mas com mais óbitos que o Plano Piloto, em segundo, que tem 131 vítimas e 10.990 notificações.

G1 DF

Deixe seu comentário