Investigado por suspeita de desvio de R$ 120 milhões de doações de fiéis, padre Robson de Oliveira teve assinatura falsificada em documento referente à compra de uma casa de luxo em Goiânia. A informação foi dada pela mulher que seria seu “braço-direito”, Rouane Carolina Azevedo Martins, em depoimento à Polícia Civil no processo em que o padre foi extorquido em R$ 2,9 milhões para não ter supostos casos amorosos divulgados.
Segundo ela, a mãe do hacker que extorquia dinheiro do sacerdote foi quem apresentou o documento. De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), na tentativa de fazer o dinheiro extorquido parecer lícito, os criminosos tentaram simular a venda de uma casa de luxo para a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), por isso, teriam falsificado a assinatura do padre Robson.
No depoimento, Rouane conta que a mãe do hacker “compareceu pessoalmente a uma das agências bancárias e apresentou um contrato de Compromisso Particular de Promessa de Compra e Venda de Imóvel, com data retroativa, de uma casa situada na Rua Madri nº 29, Qd 22, Lt 8, Jardins Madri”.
Rouane afirmou ainda que foi contactada pelo banco sobre o documento e disse que não tinha conhecimento desse contrato. Segundo ela, a instituição financeira investigou e concluiu que a assinatura do padre Robson era falsa, assim como a autenticação da mesma.
O depoimento foi dado em junho de 2017 durante investigações que apuravam extorsões de R$ 2,9 milhões do padre. Os criminosos ameaçavam expor supostos relacionamentos amorosos do sacerdote.
Após as investigações, a Polícia Civil concluiu que os documentos usados pelos criminosos para extorquir dinheiro do padre eram falsos.
O G1 procurou a defesa de Rouane para pedir um posicionamento sobre o caso, mas não identificou quem está responsável pela defesa dela. A própria citada foi procurada por e-mail, mas a mensagem não havia sido respondida até a publicação desta.
A reportagem também entrou em contato com a defesa do padre Robson – que sempre negou as irregularidades – , por meio de mensagem de texto, às 11h30, e aguarda retorno com posicionamento sobre o caso.
A reportagem não localizou a defesa do hacker, identificado como Welton Ferreira Nunes Júnior. Ele e mais quatro pessoas envolvidas no esquema de chantagem foram condenadas.