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Fernando Chagas

O Brasil, segundo dados do mais recente boletim epidemiológico sobre a Aids divulgado no ano passado, possui cerca de 900 mil casos da doença detectados. Na Paraíba, a estimativa da Secretaria Estadual de Saúde é que sejam registrados aproximadamente 900 casos, a cada ano.  Apesar dos números mostrarem que a doença continua crescendo, o assunto ainda é pouco abordado.

Nesta terça-feira (1°), Dia Mundial de Combate ao HIV/Aids, o infectologista do Sistema Hapvida em João Pessoa, Fernando Chagas reforça que é preciso falar sobre a doença e relembrar aos jovens sobre os métodos de proteção.

“Pouca gente, hoje em dia, fala em Aids, mas acredite, a doença ainda está muito presente e a cada ano os números de novos casos aumentam. Talvez hoje não se fale tanto por conta da possibilidade do tratamento, mas é preciso debater sobre o assunto e mostrar sobre a gravidade dessa pandemia”, destacou.

Cazuza, Freddie Mercury e Renato Russo foram alguns dos artistas que morreram em decorrência da infecção nos anos 90 – gerando um alerta nacional na época sobre o vírus, conforme analisa o médico, que acredita que a nova geração não percebe a gravidade da doença. “Pode não parecer, mas a doença está presente e o Brasil é um dos poucos países do mundo que a cada ano o número de novos casos aumentam”, ressaltou.

Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, a Aids é o último estágio da infecção causada pelo HIV e pode levar à morte caso não seja controlada. Seu tratamento é feito com a administração de antirretrovirais, conhecido como ‘coquetel’.

O especialista lembra ainda que o vírus é transmitido, principalmente, através de relações sexuais sem proteção e também por acidentes com objetos cortantes. Ele salienta a importância de usar preservativo durante as relações. “O ato sexual precisa ser feito de forma responsável, até porque o HIV não é o único vírus que pode ser transmitido”, explica.

Dezembro Vermelho – Este é o mês de conscientização sobre as medidas de prevenção contra o HIV, a Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Também é uma forma de sensibilizar a população sobre o tratamento e desmistificar a situação das pessoas infectadas pelo vírus.

Transformar o 1º de dezembro em Dia Mundial de Luta Contra a Aids foi uma decisão da Assembleia Mundial de Saúde, em outubro de 1987, com apoio da Organização das Nações Unidas – ONU. A data serve para reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infectadas pelo HIV/aids. A escolha dessa data seguiu critérios próprios das Nações Unidas. No Brasil, a data passou a ser adotada, a partir de 1988, por uma portaria assinada pelo Ministério da Saúde.

Dados – De acordo dados divulgados pelo Governo do Estado, em 2019, a taxa de detecção de HIV/Aids na Paraíba foi de 984 pessoas, sendo que 36,9% desenvolveram a doença. Somando os dados das raças pardas e negras, 70% dessa população foram detectadas com HIV/Aids. Os dados de exposição por categoria, 257 foram homossexuais e 374 heterossexuais.

Por sexo, o cenário é de que 756 homens e 228 mulheres foram detectados com HIV/Aids. Se fizer um corte por idade, pessoas entre 30 e 39 anos apresentaram um maior número de exposição ao HIV, com 112 casos, seguido da faixa-etária de 20 a 29 anos, com 107 pessoas, e 40 a 49 anos, com 73. Em 2019, foram detectados 12 casos de adolescentes positivadas para o HIV com 15 anos de idade.

Assessoria

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