Paulinho Cabeça fria e seu filho José Sued.
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O blogueiro e radialista esportivo Paulo Afonso Morais do Nascimento, mais conhecido em Patos como Paulinho Cabeça Fria, sentiu na pele há alguns anos toda a dor de perder um filho para as drogas.

Seu filho José Sued Macena de Morais tirou a própria vida aos 24 anos na madrugada do dia 30 de junho de 2013 em sua residência, no bairro do Jardim Queiroz, em Patos.

Sued era dependente químico e o pai foi muito dedicado a tentar livrar o filho do vício. Fez todos os esforços e em 2011 chegou mesmo a ameaçar tirar a roupa e ficar nu em frente ao fórum de Patos, como uma forma de chamar atenção para o problema por ele vivenciado com seu filho e conseguir apoio das autoridades na recuperação do jovem. Ele queria que seu filho fosse internado compulsoriamente numa clínica de recuperação de dependentes químicos no estado de São Paulo, e lutou muito pra isso.

Paulinho não tirou a roupa conforme prometeu, disse que jamais faria isso, e que foi uma forma que ele encontrou de chamar a atenção para o problema. Ele estava desesperado na época e a imprensa local divulgou bastante a situação, tanto que ele conseguiu o internamento do filho para desintoxicação. O jovem ficou internado por seis meses em uma clínica particular na cidade de Piedade, em São Paulo.

Depois que saiu da clínica o jovem Sued passou a trabalhar com o pai, voltou a estudar e a tirar boas notas, mas logo caiu novamente em tentação e voltou a consumir crack, para a tristeza e o desespero dos pais, que até então estavam felizes com os progressos  que o filho vinha obtendo.

O jovem não conseguiu vencer o vício e acabou tirando a própria vida. O fato repercutiu bastante na época e gerou muita empatia das pessoas para com Paulinho, que enfrentou dias difíceis e muito sofrimento. O radialista está até escrevendo um livro contando toda a experiência viva com seu filho. “A professora Socorro Vieira está me ajudando, corrigindo meu livro“, disse.

Projeto

Paulinho elaborou um projeto de criação de uma ONG e clínica de reabilitação e tem buscado apoio de políticos locais no sentido de colocá-lo em execução. “No Brasil não existe clínicas públicas de reabilitação e os pais sofrem muito querendo curar seus filhos e não encontram apoio. Meu projeto é no sentido do poder público ofertar essas clínicas para internamento compulsório para pessoas que enfrentam o problema da dependência clínica”, disse o radialista.

Paulinho sugere a criação de clínicas específicas para tratamento de dependentes químicos e que os internamentos devam ser de forma compulsória. “Sei que é sofrido nos separar das pessoas que amamos, mas as famílias não podem ficar refém de filhos nessa situação, que fazem tudo para manterem o vício e desestruturam os lares. O poder público precisa intervir e ajudar essas famílias. As clínicas hoje existentes são  particulares e o meu projeto reivindica a criação de clínicas mantidas pelo poder público para ajudar esses jovens dependentes e essas famílias que na maioria das vezes não têm condições de internar seus filhos nas clínicas particulares, que são caras”, disse.

No seu projeto Paulinho discorre sobre o problema, sobre o fato de que muitos viciados são internados em clínicas psiquiátricas, sendo que isso não ajuda em nada, pois o problema é outro, sobre a falta de atenção dos governos para essa triste realizada. Ele também dá dicas técnicas sobre a clínica, como construí-la e manter a segurança e dicas também de terapia ocupacional que ajude os jovens em seus tratamentos.

O radialista sonha com a implantação de uma dessas clínicas em Patos e já procurou o apoio do deputado federal Hugo Motta, que prometeu avaliar detalhadamente a proposta. Paulinho sugere até mesmo que a clínica tenha o nome de seu filho: Clínica José Sued.

Veja mais: ONG e Clínica José Sued

Folha Patoense – folhapatoense@gmail.com

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