Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, posa em frente a madeira apreendida, em 1º de abril, no Pará — Foto: reprodução/Instagram
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O delegado Franco Perazzoni, que comandou no mês passado uma operação contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi retirado da chefia da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da PF (Polícia Federal). A exoneração de Perazzoni, que é especialista na investigação de crimes ambientais, foi publicada ontem no Diário Oficial da União, com data retroativa ao último dia 17.

Perazzoni esteve à frente da Operação Akuanduba, que executou buscas e apreensões nos endereços de Salles e outros 21 investigados, entre servidores do ministério, dirigentes do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e empresários do ramo madeireiro.

Autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), a investigação apura se Salles atuou para afrouxar o controle do Ibama sobre a exportação de madeira. Segundo as investigações, ele reuniu-se em março do ano passado com um grupo de madeireiros no Pará que vinham tendo cargas de madeira retidas em portos no exterior por falta da autorização do Ibama.

No mesmo dia da reunião com o ministro, estes empresários pediram oficialmente ao presidente do Ibama, Eduardo Bim, que publicasse uma norma liberando as exportações sem o documento de autorização do órgão, que era exigido até então. Dias depois, o pedido foi atendido. Bim foi afastado da presidência do Ibama por ordem do STF.

O delegado Perazzoni informa, em seu currículo, que é especialista em direito ambiental, doutorando em sustentabilidade social e desenvolvimento de livros e artigos nas áreas de crimes ambientais, polícia judiciária e investigação criminal. Para o seu lugar na chefia da DRCOR, a PF nomeou o delegado Gustavo Buquer dos Santos. O UOL procurou a PF para saber se o motivo da remoção de Perazzoni do cargo e aguarda resposta.

UOL

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