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Manifestantes realizam neste sábado (3) um novo protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Avenida Paulista, região central da cidade de São Paulo.

Este ato nacional havia sido convocado para o dia 23 de julho, mas o desgaste do presidente, provocado por denúncias de corrupção e propina na compra de vacinas durante a gestão dele, antecipou a mobilização. Os outros dois atos aconteceram nos dias 29 de maio e 19 de junho.

Na capital paulista, a concentração começou por volta das 15 horas, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Meia hora depois já ocupava da Rua Augusta até a Alameda Campinas. Às 16h30 o bloqueio ocorria da altura da Avenida Dr Arnaldo (túnel) até a Alameda Campinas.

A SPTrans informou que 20 linhas tiveram seus itinerários alterados por conta de manifestação às15 horas, como aquelas que atendem o Pirituba, a Vila Mariana, a Brasilândia, o Centro da capital, o Sacomã, a Vila Romana, o Ipiranga, Perdizes, o Aeroporto de Congonhas, Santo Amaro, Grajaú, Campo Limpo, Parque Continental e Barra Funda.

Os organizadores informaram que o ato devem iniciar uma passeata com destino à Praça Roosevelt, descendo a Rua da Consolação.

Além de pedir o impeachment do presidente, os manifestantes reivindicaram mais vacinas e auxílio emergencial, relembraram as mais de 500 mil vítimas da Covid-19 no país, a suspeita de envolvimento do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na exportação ilegal de madeira, e contra o voto impresso, defendido por Bolsonaro.

Eles levaram cartazes com dizeres como “Não era negacionismo, era corrupção #ForaBolsonaro”, “500 mil mortos, sem vacinas, corrupção, fome, desemprego”, “Amazônia em pé, abaixo Bolsonaro”.

Bolsonaro, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o presidente do Congresso, Arthur Lira (PP), foram representados por bonecos de papelão, caracterizados como presidiários.

Os manifestantes também estenderam grandes faixas com as cores vermelha e também verde e amarelo, sendo uma de 10m x 2m com os dizeres “Fora Bolsonaro, essa bandeira é nossa”, e carros de som se posicionaram ao longo da Paulista, sendo o principal em frente ao Masp.

Um bloco feminista, organizado pelas covereadoras da Bancada Feminista do PSOL, mandato coletivo na Câmara Municipal, criticou ainda as “falas machistas e misóginas, e a condução desastrosa da pandemia fez com que aumentassem os índices de feminicídio, violência doméstica e desemprego entre mulheres”.

A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo(SSP-SP) montou um esquema especial para garantir a segurança na manifestação, como reforço de 600 policiais no patrulhamento já presente na região da Avenida Paulista, mais 80 viaturas e cinco drones.

A “Campanha Fora Bolsonaro” é uma inciativa da Frente Povo Sem Medo, da Frente Brasil Popular, de todos os partidos de esquerda, das centrais sindicais, do movimento negro, de entidades de estudantes, movimentos sem-teto, ONGs e outros movimentos populares, todos eles signatários do ‘superpedido’ de impeachment.

Na sexta-feira (2), o PSDB confirmou à reportagem que também fortaleceria a manifestação, com a presença de 2 mil filiados. No ato também compareceram representantes do PT, PDT, PcdoB, PSTU, PSOL e PCO.

Ato nacional

Os protestos contra o presidente Jair Bolsonaro e em defesa da vacinação contra Covid-19 ocorreram em todo o Brasil neste sábado. Foram registrados atos em 17 estados e em mais de 60 cidades.

Na Grande São Paulo, além da manifestação na Avenida Paulista, houve registro de ato em Carapicuíba e outro em Osasco.

No interior do estado, manifestantes realizaram protestos em São José dos Campos, na região do Vale do Paraíba, nas regiões de Sorocaba e Jundiaí, em São Carlos e Araraquara, em Araçatuba e em Jales, em Franca e Ribeirão Preto, em Campinas e em Piracicaba, em Bauru e no Alto Tietê.

Todas as manifestações foram pacíficas e a maior parte dos manifestantes usou máscara e manteve o distanciamento social devido à pandemia.

G1 SP

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