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Num belo dia… em uma linda cidade, quando eu caminhava sem nenhuma preocupação aparente, com destino ao trabalho, fui surpreendido pela voz de um homem que mencionava meu nome. Gritava ele: – Êi, José! Êi, você… É você mesmo! Insistia ele, cada vez, gritando mais alto. Quando dei conta de mim, olhei para vê quem era, e fiquei assustado! Era como se eu estivesse diante de um fantasma. Ele estava vestido em farrapos; cabelos crescidos e barba a fazer, branca e comprida! Fiquei parado esperando que ele se aproximasse mais um pouco, para eu tentar saber de quem se tratava, pois, da distância que ele se encontrava, não dava pra saber quem o era. Ele se aproximou mais um pouco e então falou: não lembra mais de mim? Tô diferente assim? Ao ponto de você não saber quem eu sou?  Seu semblante, embora rude, me lembrava vagamente, alguém. Então, ao me aproximar mais dele, veio à minha memória de quem se tratava: Era meu pai. Isso mesmo! Meu pai! Olhei para aquele homem que trazia no seu olhar um aspecto de cansaço e sofrimento aparente. Perguntei-lhe, então, de onde ele vinha e o que o fizera abandonar todos e sumir na vida! Ele olhou pra mim e disse: “Filho, às decepções que tive com a vida, me tornaram um ser sem alma; sem paixão; sem amor e sem esperanças”! Notei, naquelas palavras, muita amargura e desengano. Então, – já com “o coração partido”–, o abracei com força e vontade! Queria, naquele momento, limpar aquela alma de todos seus sofrimentos; enxugar-lhes às lágrimas e apagar suas “feridas” angustiantes.

Partimos, então, abraçados como se fôssemos dois meninos, sonhando; rindo e pulando de alegria, rumo a um novo lar; ao novo mundo, pois, dali por diante, eu tinha meu pai de volta!

Ame seu pai e sua mãe, não importa quem eles sejam: pobre, rico, negro, branco, velho, novo, não importa! Eles são os seus verdadeiros AMIGOS!

Patos, 10/07/2022.

Anchieta Guerra

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