Guaranho (Foto: Guaranho)
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O policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, que matou a tiros o guarda municipal e tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu Marcelo Arruda no último sábado (9), foi transferido de hospital na noite de ontem, no Paraná.

Guaranho aguardava por uma vaga de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, e agora está no Hospital Ministro Costa Cavalcante, localizado no mesmo município, confirmou a instituição ao UOL.

Não há previsão da liberação de um novo boletim médico sobre o estado de saúde de Guaranho, atingido por tiros de Arruda, mas ontem, seu estado de saúde era considerado grave.

De acordo com o boletim médico, ele sofreu traumatismo craniano. Além dos ferimentos causados por três disparos de arma de fogo, Guaranho foi atingido por chutes na cabeça por pelo menos duas pessoas, conforme imagens de câmeras de segurança. Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Paraná, essas pessoas deverão ser identificadas e responderão pela agressão.

O agente federal matou Marcelo Arruda no dia em que o guarda municipal comemorava seu aniversário de 50 anos. O tema da festa era o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato à presidência da República.

Segundo testemunhas, Guaranho invadiu a festa e gritou “aqui é Bolsonaro”. Ele deixou o local e, 20 minutos depois, retornou sozinho. Foi recebido por Arruda e pela esposa, a policial civil Pamela Suellen Silva. O casal se identificou como agentes da segurança pública.

O guarda municipal sacou a arma ao mostrar o distintivo. Neste momento, conforme o registro policial, Guaranho efetuou os dois primeiros disparos, acertando a vítima. Imagens de uma câmera de segurança mostram quando Arruda, mesmo ferido e já caído, dispara contra o agente penitenciário.

Marcelo Arruda foi enterrado ontem em Foz do Iguaçu.

Investigações

Na segunda-feira, Guaranho teve a prisão preventiva decretada. A defesa do agente penal entrou com pedido para que a prisão seja revertida para domiciliar, caso Jorge se recupere dos ferimentos.

Os investigadores querem entender o que motivou a ida de Guaranho ao local da festa. A Polícia Civil investiga se houve crime de ódio com motivação política, já que o agente é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ontem, a Secretaria da Segurança Pública do Paraná afastou delegada que até então conduzia o caso de Foz do Iguaçu, Iane Cardoso, das investigações. Ela fez diversas publicações contra petistas em suas redes sociais em 2017, em que dizia, por exemplo, que integrantes do partido ou estão mentindo, ou estão “roubando e cuspindo”.

O PT pede a federalização do caso, mas a solicitação deve ser rejeitada pela Procuradoria-Geral da República, segundo informaram fontes ao UOL.

UOL com Estadão

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