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O radialista Carlos Antônio, um dos mais populares locutores da Rádio Tabajara de meados dos anos 1950 ao final dos anos 1990, faleceu nessa sexta-feira (15), por volta das 22h40, no Memorial São Francisco, em João Pessoa, vítima da Covid-19. O sepultamento ocorreu no Parque das Acácias, às 10 horas deste sábado, com restrições, seguindo os protocolos sanitários devido a pandemia. Nascido em João Pessoa, no dia 15 de novembro de 1939, Carlos Antônio tinha 82 anos. O ícone do Show das 13 deixa a esposa Lindinalva Barbosa Lucena e os filhos Werter Lucena, Wesley Lucena e Alessandra Lucena.

Em depoimento no livro Rádio Tabajara – Patrimônio Cultural da Paraíba, publicado em 2016 pelo amigo jornalista e radialista Josélio Carneiro, Carlos Antônio revelou: “Nos meus 44 anos de Rádio Tabajara, atuei em três funções distintas: operador de áudio – à época chamava-se controlista -, radiator e locutor-apresentador-animador”. Na função de radiator, destacou: “Como novo componente do Rádio Teatro Tabajara, participei de várias novelas conhecidas, destacando-se “A vida que a gente leva”, Um Lírio na Correnteza”, “E agora, Senhor Juiz?” e a novela de minha estreia no Departamento: “A Casa dos Desesperados”, na qual interpretava um médico: Dr Caramujos”.

Seu depoimento para o Projeto Tabajara – Resgatando a Memória da Rádio da Paraíba, Carlos Antônio gravou em 15 de junho de 1996 e foi a primeira entrevista que Josélio Carneiro fez para o primeiro livro sobre a emissora oficial do governo “Tabajara – 65 anos – A Rádio da Paraíba”. Este livro, a Secom-PB publicou em 2002, na gestão do então secretário Luiz Augusto Crispim.

Desde criança, o sonho de Carlos Antônio era ser locutor da Rádio Nacional. Não se concretizou, mas se realizou profissionalmente na Rádio Tabajara para onde foi levado por seu amigo Walter Lins, parceiro da rádio artesanal “Guanabara”, em Cruz das Armas, na verdade um serviço de alto-falante. Nessa época, ainda adolescente, a emissora, após 30 dias, foi retirada do ar pelo comissário do bairro. A pressão, descobriu-se depois, vinha da direção da Tabajara, preocupada com o sucesso daquele grupo de jovens. Como empreendedor, teve em sociedade com outro grande comunicador da Tabajara, Paschoal Carrilho, a empresa Opção Publicidade.

No seu relato, Carlos Antônio destaca esse lembrete que marcou o programa – Olha a Hora: “13H13. Hoje, dia 13, você está ligado no Show das 13. O programa das 13 letras, na emissora das 13 letras, com o locutor das 13 letras – que dá sorte com 13. Agora, Roberto Carlos cantando o sucesso das 13 letras – Pássaro ferido.”

E assim Carlos Antônio encerrou seu depoimento: “e agora, como dizíamos antigamente, no final de cada programa, somos gratos pela atenção dispensada”.

O jornalista e radialista Josélio Carneiro também homenageou o colega. “Quando ingressei na Rádio Tabajara em janeiro de 1989, tive a satisfação de conhecer Carlos Antônio, uma das pessoas mais íntegras dessa Paraíba. Comunicador ímpar. Sucesso por 34 anos com seu programa Show das 13. Nos tornamos amigos. Foi o primeiro radialista que entrevistei para os livros sobre memórias da Tabajara, em 1996. Estou triste, impactado com sua partida para a outra dimensão da vida, a espiritual. Deus o acolhe como estrela de luz e caráter”, declarou Josélio Carneiro.

Em sua despedida, o filho Wesley Lucena assim escreveu:

Nada vai abalar a Fé, o Amor por Deus, pois Ele é o único conhecedor dos direcionamentos das nossas vidas.

Quis Ele em sua Glória agir abrindo o caminho para mais um filho usufruir da sua morada na plenitude do gozo da paz e do conforto do seu leito. Nem todos alcançaram esta benção.

Abençoado seja meu Pai, quem tanto amo e que tive a oportunidade de dizer.

Essa pessoa única que deixou grandes riquezas como honestidade, caráter, respeito e tantas outras qualidades.

Aqui estou para dizer com orgulho uma pequena lembrança da história de Antônio Lucena.

O Grande artista e locutor Carlos Antônio, o homem do Show das 13, as 13 horas e 13 letras, vai deixar muitas saudades.

Assim como ele fazia no seu programa toc, toc, toc, pedia licença para entrar em sua casa.

Comandou uma das maiores audiências do rádio AM.

Foi uma das vozes mais marcantes da radiofônia. Mesmo aposentado, nunca foi esquecido. Nesta sexta-feira saiu do ar para sempre, ficando apenas o silêncio.

Para mim eternizado com excelentes lembranças.

Temos nossa querida mãe que amamos para dar continuidade ao ciclo. E assim será: Juntos, fortes, e unidos.

Que Deus abençoe todos e que a Graça e a Paz dele estejam com todos.

ParlamentoPB

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