Imagem: Daniela Dimitrova/Pixabay
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Algumas crianças, em tempos remotos, usufruíram da simplicidade e da criatividade que certas brincadeiras lhes propiciavam. Dentre muitas, tinha uma que gostávamos bastante, que era a de se utilizar canudos das folhas da carrapateira (mamona), ou das folhas de mamão, mais um copo de água com sabão, que, após serem “mexidos” e soprados, surgiam espumas que se transformavam em bolhas flutuantes e exóticas, como se fossem balões transparentes e coloridos, o que enchia nossos olhos de brilho de satisfação, de contentamento e prazer!

A fantasia nos dava “asas” para voar! Era a simplicidade e a inocência nos extasiando de prazer e alegria; Era um mundo singelo e puro que nos tornava feliz! Eram dias mágicos no outono das nossas infâncias! Via-se, naquelas bolhas flutuantes de sabão, que coloria os ares do céu, um mundo aquarelado de fantasias e sonhos!

Então, para ilustrar um pouco esse panorama passado, que foi recheado de fantasias, ilusões e sonhos, fiz essa sextilha abaixo.

Sextilha

Em cada bolha emergida
Surgia uma grande emoção
Retratando em seu desalinho
Um curso de uma ilusão
Que levava embora pra sempre
Toda nossa inocente paixão!

“Suadas” pela brisa do céu
Ostentava uma visão multicor
Suas formas realçavam com brilho
Fantasias, desejos e fervor
“Remexendo” na mente inocente
A pureza extraída do amor!

Borbulhavam no copo às espumas
Processando bolinha incolor
Sopradas, surgiam em seguida
Inúmeras bolinhas de cor
Nas minhas bolhas nascidas
Emergiam meus sonhos de amor!

Cada qual sonhava seguindo
A trilha da fantasia guardada
Corria alegre e contente
Aquarelando a cor desejada
Para ilustrar com às bolhas
A inocência por elas esboçada!

Saiam num ritual desordeiro
Em rumo do destino da paz
Reluzindo com suas belezas
O esplendor que às cores perfaz
Trazendo às bolhas consigo
A magia que a beleza nos trás!

E os sonhos se foram com elas
Levando a beleza e o esplendor
Que voava colorindo à vida
Dos desejos, fantasias e amor
Foi embora a alegria das bolhas
Só restando à melancolia e a dor!

Patos, 23/10/2022
Anchieta Guerra

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