Lula e Jair Bolsonaro (reprodução/Flickr)
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O ministro Luiz Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou hoje que o presidente Jair Bolsonaro (PL) sinalizou que aceita a derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O presidente da República utilizou o verbo acabar no passado. Ele disse ‘acabou’. Portanto, olhar para frente”, afirmou o magistrado a jornalistas.

A declaração foi dada pelo mandatário durante reunião em que também participaram a presidente do tribunal, Rosa Weber, e os ministros Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Kassio Nunes Marques e André Mendonça, e o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Os magistrados haviam declinado de um convite para se encontrarem com o mandatário no Palácio da Alvorada antes de ele reconhecer a derrota para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições deste ano.

A reunião ocorreu depois de a Suprema Corte afirmar, em nota, que Bolsonaro “reconhece resultado final” das eleições.

“O Supremo Tribunal Federal consigna a importância do pronunciamento do Presidente da República em garantir o direito de ir e vir em relação aos bloqueios e, ao determinar o início da transição, reconhecer o resultado final das eleições”, disse o tribunal.

A ministra Rosa Weber deve se manifestar no mesmo sentido num comunicado separado, a ser emitido nesta terça-feira (1º).

Em nota, o STF reforçou que os ministros reiteraram, durante a reunião, o teor da nota divulgada. “Tratou-se de uma visita institucional, em ambiente cordial e respeitoso, em que foi destacada por todos a importância da paz e da harmonia para o bem do Brasil”, afirmou.

Discurso no Alvorada

No discurso em que reconheceu a derrota para Lula, o mandatário agradeceu hoje aos 58 milhões de votos recebidos e, em seguida, criticou os atos de caminhoneiros que, desde domingo (30), têm bloqueado estradas em todo o país.

“Manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e fechamento do direito de ir e vir”, pontuou.

Segundo o governante, ele continuará cumprirá todos os mandamentos da Constituição Federal.

“Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição”, disse.

Após a breve fala de Bolsonaro, o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil) afirmou que Bolsonaro autorizou o processo de transição de governo.

“A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, segundo ela, em nome do presidente Lula, disse que na quinta-feira (3) será formalizado o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin. Aguardaremos que isso seja formalizado para cumprir a lei do nosso país”, disse o ministro.

Hoje, Alckmin usou seu perfil no Twitter para agradecer o presidente eleito pela confiança na missão de coordenar a transição de governo. “O trabalho da nossa equipe será norteado pelos princípios de interesse público, colaboração, transparência, planejamento, agilidade e continuidade dos serviços”, disse.

UOL

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