Ricardo Salles (reprodução/GloboNews)
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O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP; foto) virou réu na segunda-feira (28) em ação sobre um esquema de contrabando internacional de madeira da Amazônia durante a sua gestão no Ministério do Meio Ambiente, no governo passado.

Além de Salles, o ex-presidente do Ibama Eduardo Bim e outras 20 pessoas também foram denunciadas.

O Ministério Público Federal (MPF) aponta “grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais”.

Segundo as investigações, Salles se reuniu em fevereiro de 2020 com madeireiros que forjaram documentos para exportar ilegalmente madeira aos Estados Unidos e tiveram a sua carga apreendida pelas autoridades americanas no último ano.

O então ministro teria dado atendimento quase que “imediato” aos madeireiros ilegais, “legalizando, inclusive com efeito retroativo, milhares de cargas expedidas ilegalmente entre os anos de 2019 e 2020”.

“A mais alta cúpula do Ministério do Meio Ambiente e a alta direção do Ibama manipularam pareceres normativos e editaram documentos para, em prejuízo do interesse público primário, beneficiar um conjunto de empresas madeireiras e empresas de exportação que tiveram cargas de madeira apreendidas nos Estados Unidos”, afirma a denúncia do MPF em resumo.

Salles é réu por facilitar a prática de contrabando ou descaminho, dificultar ação fiscalizadora do Poder Público em questões ambientais e promover, constituir, financiar ou integrar organização criminosa.

O hoje deputado reagiu à apresentação da denúncia nas redes sociais. “Tenho certeza que a seriedade e imparcialidade do Judiciário demonstrarão a falácia ali contida”, publicou Salles na rede social X, a anteriormente conhecida como Twitter.

Quanto a Eduardo Bim, o ex-presidente do Ibama responde por corrupção passiva e pelas mesmas ilegalidades que o ex-ministro, exceto facilitação da prática de contrabando ou descaminho.

Já os outros 20 denunciados, que envolvem servidores públicos e integrantes do setor madeireiro, são denunciados por corrupção passiva e delitos que envolvem corrupção passiva, crimes contra a flora e organização criminosa.

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