O agricultor Deusdete Lino Pereira, da cidade de Igaracy, Sertão da Paraíba, voltou a enxergar após passar oito anos cego. Ele recebeu transplante de células-tronco de limbo doado pela irmã Eliete Pereira.
Entenda como tudo começou
Em 2016, Deusdete sofreu um acidente enquanto pintava uma casa: um balde de tinta atingiu o rosto dele e deixou-o cego do olho direito. Quatro anos depois, trabalhando na roça, uma pedra caiu sobre a cabeça dele e atingiu o esquerdo, causando a cegueira.
Em busca de recuperação, o agricultor procurou vários centros médicos em João Pessoa (PB), Recife (PE) e Brasília (DF), mas não encontrou ajuda para o caso clínico.
Depois de várias tentativas, ele conheceu na internet o caso de uma paciente da cidade de Itaporanga que fez o transplante em Campina Grande. Com isso, ele começou a buscar mais conhecimento sobre o procedimento na esperança de voltar a enxergar.
Após várias consultas, o sertanejo recebeu a boa notícia que poderia realizar a cirurgia. Devido à lesão na córnea no olho direito causado pela tinta, o transplante tradicional não era viável, e seria necessário recorrer a um doador externo, sendo preferencialmente um parente de primeiro grau para chances de compatibilidade.
Foi então que Eliete resolveu ser a doadora. “Fiz de coração, de alma para ele. As pessoas me perguntavam como eu ficar sem um olho. Eu disse iria ficar mais feliz do que eu já sou”, disse.
O procedimento foi realizado com sucesso no Hospital de Ensino e Laboratórios de Pesquisa (Help) em Campina Grande de forma gratuita, por meio da fundação Pedro Américo.
Para o oftalmologista Diego Gadelha, foi motivo de muito orgulho fazer a cirurgia e poder ver o amor familiar.
“Quando a gente ver irmã que permite que a gente tire um pedacinho do olho dela para tentar fazer com que o irmão volte a enxergar, a gente sabe que existem pessoas boas no mundo, a gente acredita mais em Deus, na humanidade”, falou.
Já Deusdete, afirmou que ganhou uma nova vida. “Para mim foi um sonho. Nasci de novo”, afirmou emocionado.
O transplante foi o primeiro do Help e da região de Campina Grande.
