A manhã desta quinta-feira (9), no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, foi marcada por muita emoção e despedida. O paciente José Jonoilton, de 53 anos, que fez transplante cardíaco no dia 14 de abril, voltou para casa com o seu novo coração e pronto para continuar vivendo novas histórias.
O transplante de Jonoilton foi também um feito inédito para a unidade hospitalar gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde) e pertencente à rede estadual de saúde, pois foi realizada a captação de múltiplos órgãos e logo em seguida o transplante do coração, o que para a cardiologista Roberta Barreto foi um fator importante para a rápida recuperação, além de todo o trabalho realizado pela equipe multiprofissional.
“Hoje é um dia muito especial. Nós estamos dando alta ao paciente José Jonoilton, em menos de um mês após a realização do transplante cardíaco. Essa recuperação tão rápida pode ter sido em decorrência da doação e do transplante terem sido realizados aqui no hospital. Foi a primeira vez que houve uma doação de múltiplos órgãos no Hospital Metropolitano e o receptor de coração também foi transplantado aqui”, ressaltou Roberta.
Jonoilton disse estar muito gratificado por poder voltar para casa com um novo coração. Além de agradecer a Deus e toda a equipe do hospital, ele agradeceu à família do doador que lhe deu esse presente. “Tenho que agradecer a todos eles, porque receber um órgão é uma nova etapa, uma nova vida. Fiz aniversário esse mês, comecei completando o ano vivendo novamente. Posso dizer que eu nasci novo”, agradeceu Jonoilton.
Para a esposa do paciente, Joana Darc’k Vieira, levar seu esposo de volta para junto das suas filhas, após ter sofrido por mais de um ano, é a certeza que o SUS (Sistema Único de Saúde) dá certo. “Eu, como esposa, que venho acompanhando há mais de um ano e meio à espera de um órgão tão importante, estou numa grande expectativa. Minha família que está em casa, minhas filhas esperando o pai delas, que elas sabem o quanto a gente sofreu com o um infarto que ele teve, e Deus agraciou nossa família com esse milagre. Então agradeço a Deus, agradeço a toda a equipe do Metropolitano e dizer que nosso SUS dá certo”, comemorou Joana.
José Jonoilton sofria com uma insuficiência cardíaca grave e, de acordo com o cirurgião cardiovascular, Maurílio Onofre, para o coração, o tempo de isquemia é de apenas 4 horas. Como nesse transplante o doador e receptor estavam bem próximos, decorreram apenas 5 minutos entre retirada e o procedimento de implante do órgão. E a alta hospitalar do paciente é motivo de muita alegria para toda a equipe.
A médica cardiologista clínica e coordenadora do ambulatório para transplante do Metropolitano, Tauanny Frazão, enfatizou que “não existe maior incentivo à doação de órgãos, maior campanha do que ver o resultado do nosso trabalho, o resultado desse ato de amor que é a doação de órgãos. Ver José Jonoilton, hoje, depois de tanta luta, depois de tanto desejo de viver, poder voltar para casa com um novo coração batendo no seu peito e uma nova perspectiva é realmente muito emocionante e motivo de grande alegria para nós”, reforçou Tauanny.
Referência em alta complexidade cardiológica: O Hospital Metropolitano foi habilitado para a realização de transplante cardíaco em junho de 2020. Desde então, nove paraibanos já tiveram suas vidas transformadas com a realização do procedimento na unidade. Além do transplante em adultos, o Metropolitano tornou-se o 5º hospital público do país habilitado para fazer transplante de coração em crianças.
Em 26 de março de 2022, a unidade hospitalar realizou o primeiro transplante cardíaco 100% SUS pela Paraíba. Já em 2023, foram realizados quatro transplantes cardíacos e mais quatro transplantes de janeiro a abril deste ano. A Unidade é também o hospital coordenador do programa Coração Paraibano, responsável por reduzir em mais de 40% a mortalidade por infarto agudo do miocárdio na Paraíba.
SECOM-PB