Autor do Projeto de Lei 3057/2019, que dispõe sobre a criação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão da Paraíba (IFSPB) em Sousa ou Cajazeiras, o deputado federal Wilson Santiago (Republicanos) acredita ser viável, no aspecto orçamentário, o desmembramento do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) para implantar uma nova reitoria que iria administrar os campi sertanejos.
Em entrevista ao jornalista Heron Cid no programa Hora H da TV Manaíra, Santiago recordou que o Ministério da Educação no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a dar parecer favorável à criação do IF do Sertão, mas depois alegou que não havia condições de avançar com o projeto por falta de recursos.
“Foram criados alguns institutos, mas não reitorias porque os custos de fazer uma divisão dessa são altos. Mas nós estamos trabalhando nesse sentido. A criação do Instituto Federal do Sertão tem viabilidade, aproxima mais os estudantes dos próprios cursos profissionalizantes e dá uma abrangência maior no estado”, justifica o parlamentar.
A Paraíba possui 22 campi do IFPB. Em março desse ano, o Governo Federal anunciou a criação de mais três (em Mamanguape, Sapé e Queimadas), com investimentos estimados em R$ 75 milhões.
“Se você divide para o Sertão, dá até mais condições de gerenciar isso. Essas condições melhor geridas, prestará um melhor serviço ao alunado, como foi quando a Universidade Federal da Paraíba foi dividida com a Universidade Federal de Campina Grande, que abrange o Sertão da Paraíba”, defende Wilson Santiago.
O deputado é adepto de que a reitoria seja sediada no campus de Sousa ou de Cajazeiras. Porém, segundo ele, o parecer do MEC na gestão anterior sugeriu que a sede seja em Patos por questões de abrangência geográfica.
O idealizador do IFSPB e ex-aluno do IFPB Campus Patos, Pedro Jorge Nunes da Costa, rebateu o parlamentar e afirmou que o parecer do MEC deve ser respeitado. “Isso nem deveria ser discutido, pois o MEC já comprovou o que todos nós já sabíamos: Patos como sede da futura instituição. Esse projeto que está tramitando na Câmara dos Deputados vai contra o que foi definido pelo Poder Executivo, pois, se você ler o conteúdo, verá que, no artigo 1º, parágrafo 1º, é mencionada a implantação da reitoria em Sousa ou Cajazeiras; ou seja, Patos nem é citada”, disse.
O jovem classificou o projeto de Wilson como uma tentativa de inviabilizar a vinda da reitoria para Patos. “O Governo Federal já bateu o martelo em relação à reitoria ser sediada em Patos. Esse projeto em tramitação tem o objetivo de causar interferência no processo, pois nem Sousa nem Cajazeiras preenchem os requisitos necessários”, finalizou.
Luis Fernando Mifô – Diário do Sertão com Folha Patoense