A dor no joelho pode ser implacável. Ela transforma atividades simples, como caminhar ou subir escadas, em desafios diários, minando sua qualidade de vida e, muitas vezes, trazendo uma sensação de impotência. Se você já tentou fisioterapia, medicamentos e outras abordagens sem o alívio desejado, é natural buscar por alternativas mais modernas e eficazes. Sua dor não precisa ser uma sentença permanente.

Uma dessas alternativas que vem ganhando destaque é a aplicação de Plasma Rico em Plaquetas, ou simplesmente PRP. Trata-se de uma terapia regenerativa que utiliza o poder de cura do seu próprio corpo para combater a dor e reparar tecidos danificados. A promessa é tentadora: um tratamento minimamente invasivo que pode adiar ou até evitar uma cirurgia mais complexa.  

Mas, em meio à esperança, surge uma dúvida crucial e muito prática: quanto custa esse tratamento? Este artigo foi criado para ser o seu guia definitivo sobre o custo da aplicação de PRP no joelho no Brasil. Vamos desvendar não apenas os valores, mas também os fatores que os influenciam, se o plano de saúde cobre o procedimento e tudo o que você precisa saber para tomar uma decisão informada e segura.

Quanto custa aplicação de PRP no joelho? Descubra a verdade por trás do valor

Vamos direto ao ponto: no Brasil, o custo de uma única aplicação de PRP no joelho pode variar, em média, entre R$ 800 e R$ 3.000. Essa ampla faixa de preço existe porque o valor final não é fixo; ele depende de uma avaliação individualizada e de uma série de fatores que precisam ser considerados.  

Para obter um valor exato para o seu caso, o primeiro e mais importante passo é a consulta com um ortopedista especializado em joelho este profissional é o único capaz de realizar um diagnóstico preciso, determinar se o PRP é realmente a melhor opção para você e, com base nisso, criar um plano de tratamento personalizado. A escolha do médico é, sem dúvida, o fator mais crítico para o sucesso do procedimento.  

A variação de preço não é aleatória. Ela reflete a complexidade e a qualidade do serviço oferecido. Para que você entenda melhor o que compõe o custo final, detalhamos os principais fatores na tabela abaixo.

Fator Descrição do Impacto no Custo
Experiência do Profissional Médicos com vasta experiência, especialização em medicina regenerativa e uma reputação consolidada podem ter honorários mais elevados. Essa expertise, no entanto, é fundamental para a segurança e eficácia do tratamento.
Localização da Clínica Clínicas situadas em grandes capitais ou bairros nobres geralmente possuem custos operacionais mais altos (aluguel, impostos, salários), o que se reflete no preço final do procedimento.
Infraestrutura e Tecnologia O uso de tecnologia de ponta, como centrífugas de alta qualidade para garantir a concentração ideal de plaquetas ou o uso de ultrassom para guiar a injeção com precisão milimétrica, agrega valor e custo ao tratamento, mas também aumenta as chances de um resultado positivo.
Número de Sessões O plano de tratamento pode exigir mais de uma aplicação para se obter o efeito desejado. O custo total será, naturalmente, multiplicado pelo número de sessões recomendadas pelo especialista.
Custos Associados É crucial verificar se o orçamento apresentado é “de porta fechada”, ou seja, se inclui todos os custos, como a consulta inicial, exames de imagem prévios e as consultas de acompanhamento. Pacotes podem, por vezes, reduzir o custo total.

 

O que é o PRP e como ele pode aliviar sua dor no joelho?

Imagine poder usar a capacidade de cura do seu próprio corpo, de forma concentrada, para tratar a dor no joelho. Essa é a premissa do Plasma Rico em Plaquetas (PRP). De forma simples, o PRP é uma fração do seu sangue que contém uma concentração de plaquetas de quatro a seis vezes maior que o normal.  

O processo é surpreendentemente simples e seguro, realizado no próprio consultório médico :  

  1. Coleta de Sangue: Uma pequena quantidade de sangue é retirada do seu braço, como em um exame de rotina.  
  2. Centrifugação: O sangue é colocado em uma máquina chamada centrífuga, que gira em alta velocidade para separar seus componentes. Esse processo isola o plasma e concentra as plaquetas.  
  3. Aplicação: O plasma, agora rico em plaquetas e fatores de crescimento, é cuidadosamente injetado diretamente na articulação do seu joelho.  

Mas como isso alivia a dor? As plaquetas são as células de reparo do nosso corpo. Quando concentradas e injetadas na área lesionada, elas liberam uma cascata de “fatores de crescimento”, que são proteínas bioativas. Essas substâncias agem como um sinal para o corpo, estimulando a regeneração de tecidos danificados (como cartilagem e ligamentos), modulando a inflamação (o que reduz a dor) e promovendo a formação de colágeno, essencial para a estrutura da articulação.  

Os principais benefícios relatados incluem:

  • Alívio da dor e redução da inflamação.  
  • Melhora da função articular, permitindo retomar atividades diárias.  
  • Aceleração do processo de cicatrização de lesões.  
  • Potencial de regeneração de tecidos, como cartilagem e tendões.  
  • Possibilidade de adiar ou evitar cirurgias mais invasivas, como a colocação de prótese no joelho.  

Por utilizar o sangue do próprio paciente (um procedimento autólogo), o risco de rejeição ou reações alérgicas é praticamente nulo, tornando-o um tratamento muito seguro.  

Plano de saúde cobre o tratamento com PRP? Entenda a polêmica.

Esta é uma das perguntas mais importantes e a resposta, infelizmente, é direta: não, os planos de saúde no Brasil não são obrigados a cobrir a aplicação de PRP no joelho. A razão para isso não está relacionada ao preço, mas sim a uma questão regulatória complexa que todo paciente deve entender.

O ponto central é que o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) consideram o tratamento com PRP uma prática experimental no Brasil. Embora existam inúmeros estudos e relatos clínicos promissores em todo o mundo, os órgãos reguladores brasileiros entendem que ainda faltam pesquisas em larga escala (grandes estudos clínicos randomizados) para comprovar sua eficácia de forma inequívoca e padronizar sua aplicação. O Parecer CFM nº 20/2011 e a Resolução CFM nº 2.128/2015 são os documentos que formalizam essa posição.  

Essa classificação como “experimental” gera uma consequência direta: a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não inclui o PRP no seu Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde. Este Rol é a lista oficial de tudo o que os planos de saúde têm a obrigação de cobrir. Como o PRP não está na lista, as operadoras de saúde têm o respaldo legal para negar a cobertura, com base na lei que permite a exclusão de tratamentos experimentais.  

É importante diferenciar o PRP de outras infiltrações no joelho. Tratamentos com ácido hialurônico (viscossuplementação) ou corticosteroides, por exemplo, embora também possam ser negados inicialmente, possuem um histórico de cobertura mais consolidado e, em muitos casos, os pacientes conseguem o custeio através de liminares judiciais, pois são procedimentos já reconhecidos e não considerados experimentais da mesma forma. Para o PRP, essa via é muito mais difícil, e o paciente deve se preparar para arcar com o custo total do tratamento.  

Você é um bom candidato para a aplicação de PRP?

O PRP não é uma solução mágica para todos os tipos de dor no joelho. A indicação correta é a chave para o sucesso do tratamento. A decisão deve ser sempre tomada em conjunto com seu ortopedista, mas, de modo geral, o perfil dos pacientes que mais se beneficiam inclui:

O PRP pode ser uma excelente opção para você se você tem:

  • Artrose (osteoartrite) de grau leve a moderado: Esta é a principal indicação. O PRP pode aliviar a dor, melhorar a função e potencialmente retardar a progressão do desgaste da cartilagem.  
  • Tendinites crônicas: Casos como tendinite patelar (“joelho de saltador”) que não melhoram com tratamentos convencionais.  
  • Lesões parciais de ligamentos e meniscos: O PRP pode auxiliar no processo de cicatrização natural desses tecidos.  
  • Lesões musculares: Ajuda a acelerar a recuperação de distensões e rupturas.  
  • Desejo de evitar ou adiar uma cirurgia: Para pacientes que não podem ou não querem passar por uma cirurgia de prótese no momento.  

O tratamento com PRP geralmente não é indicado ou requer cuidados especiais nos seguintes casos:

  • Infecções ativas: Seja na articulação do joelho ou em qualquer outra parte do corpo.  
  • Doenças do sangue: Pacientes com distúrbios de coagulação, contagem de plaquetas muito baixa (trombocitopenia) ou anemias graves.  
  • Câncer ativo: Especialmente tumores hematológicos ou na região a ser tratada.  
  • Artrose em estágio avançado: Quando o desgaste da cartilagem é completo e há deformidade óssea, o PRP pode não ter efeito, e a cirurgia de prótese pode ser a única opção viável.  
  • Condições que exigem avaliação criteriosa: Pacientes que usam anticoagulantes, portadores de doenças autoimunes ou diabetes descontrolada precisam de uma análise de risco-benefício muito cuidadosa por parte do médico.  

O passo a passo da aplicação: O que esperar no dia?

Saber o que esperar no dia do procedimento pode ajudar a diminuir a ansiedade. O processo todo é relativamente rápido, durando cerca de uma hora, e é feito em ambiente de consultório ou clínica, sem necessidade de internação.  

  • Preparação: Seu médico pode orientá-lo a suspender o uso de medicamentos anti-inflamatórios (como ibuprofeno ou diclofenaco) por cerca de uma semana antes da aplicação, pois eles podem interferir na função das plaquetas.  
  • O Procedimento: Ao chegar à clínica, a equipe irá limpar e esterilizar a pele do seu joelho. A coleta de sangue é feita no seu braço. Enquanto você aguarda, o sangue é processado na centrífuga.
  • A Injeção: O momento da aplicação é rápido. O médico pode aplicar um anestésico local para minimizar qualquer desconforto. Em seguida, o PRP é injetado na articulação. O uso de ultrassom para guiar a agulha é um diferencial importante, pois garante que a aplicação seja feita exatamente no local da lesão, aumentando a precisão e a eficácia.  
  • Pós-procedimento imediato: É normal sentir um pouco de dor, pressão ou inchaço no joelho nas primeiras 48 horas. Isso é um sinal de que o processo inflamatório de cura foi ativado. A aplicação de compressas de gelo pode ajudar a aliviar esses sintomas.  

Riscos e recuperação: O que você precisa saber.

A segurança é um dos grandes atrativos do PRP. Como o material utilizado vem do seu próprio corpo, os riscos são mínimos.  

A recuperação é geralmente tranquila. Recomenda-se um repouso relativo das atividades mais intensas por cerca de 24 a 48 horas. Atividades extenuantes envolvendo o joelho tratado devem ser evitadas na primeira semana. O retorno às atividades normais é gradual e orientado pelo seu médico. É importante ter paciência: o PRP age estimulando um processo biológico de regeneração, que leva tempo. Os benefícios máximos do tratamento costumam ser percebidos entre um e dois meses após a aplicação.  

Quanto aos riscos, eles são baixos, mas devem ser conhecidos:

  • Dor e inchaço no local: É o efeito colateral mais comum e temporário.  
  • Infecção: Este é o risco mais sério, embora seja muito raro. A chance de infecção (artrite séptica) é drasticamente reduzida quando o procedimento é realizado por um profissional qualificado, em um ambiente estéril e seguindo todos os protocolos de assepsia.  
  • Nenhum risco de alergia ou rejeição: Como já mencionado, por ser um material autólogo, essa possibilidade é inexistente.  

Em resumo, o PRP é considerado um procedimento de alta segurança quando bem indicado e executado por um especialista competente.

Avalie com clareza: o custo do PRP no joelho pode representar mais qualidade de vida

A jornada para aliviar a dor crônica no joelho é cheia de dúvidas e decisões. O tratamento com PRP surge como uma luz no fim do túnel: uma abordagem moderna, segura e promissora que usa a força do seu próprio corpo para promover a cura. Agora você entende que o custo, entre R$ 800 e R$ 3.000 por aplicação, é um investimento na sua qualidade de vida, influenciado por fatores que garantem a qualidade e a segurança do procedimento.  

Você também compreendeu a complexa realidade regulatória: por ser considerado “experimental” no Brasil, o tratamento não tem cobertura obrigatória pelos planos de saúde, e o custo recai sobre o paciente. Essa transparência é fundamental para que você possa se planejar financeiramente e evitar frustrações. O PRP não é para todos, mas para o candidato certo, pode significar a diferença entre uma vida limitada pela dor e a liberdade de se movimentar sem medo. 

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