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A senhora Raimunda Ferreira da Silva, de 67 anos, carrega no corpo as marcas do sofrimento por ter três filhos com transtornos mentais sérios. Dona Raimunda mora com o esposo, o senhor José Emídio, 63 anos, na Rua Santina Ferreira Leitão, Bairro Jatobá, em Patos.

A residência já é a oitava, pois os problemas com os filhos causa desavenças com vizinhos e o casal de idosos e os filhos vivem em mudança para outras casas. A casa própria no Bairro Mutirão, também em Patos, teve que ser vendida, pois um dos filhos foi agredido e quase sofre homicídio, desde então, o casal saiu da localidade e tem peregrinado por outros bairros da cidade.

Os três filhos são Sanieri Ferreira, 37 anos, José Salvani, 35, e Sérgio Roberto, de 38. Todos com problemas mentais, sendo que Sérgio Roberto tem transtornos mais sérios e nos surtos se torna agressivo, atira pedras e sai de casa. Os outros dois tomam remédios para controlar os transtornos mentais, porém Sérgio já não tem sido contido pelos remédios fortes. Os gastos dos idosos é alto, pois, de acordo com Dona Raimunda, a medicação não é fornecida pela Secretaria de Saúde do Município de Patos.

Na madrugada do sábado para o domingo, dia 22, duas guarnições do 3º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM) foram acionadas para ajudar aos profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que foram chamados para fazer sedação nos filhos da senhora Raimunda. Muitos vizinhos se aglomeraram em frente à casa para acompanhar a movimentação.

Dona Raimunda relata que nesta terça-feira, dia 24, os filhos foram atendidos no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). O médico receitou a medicação e a família fez os cálculos do valor. Mais de R$ 1.200,00 foram gastos na farmácia mesmo com os recursos insuficientes da família.

Chorosa, Dona Raimunda diz os filhos são amados por ela. Perguntada sobre o que fazer, ela diz: “Eu não sei, eu não sei”.

Mais uma vez a família busca internação em um dos hospitais psiquiátricos da Paraíba para Sérgio Roberto. Ainda neste mês de julho, Dona Raimunda e sua filha Alexandra estão tentando transporte e a vaga no hospital psiquiátrico.

Profissionais do CAPS relataram que vem acompanhando o caso e que o uso de drogas tem prejudicado o tratamento medicamentoso. O valor da medicação dito pela senhora Raimunda não condiz com a realidade e o CAPS tem ajudado nas internações, porém, existe uma dificuldade de vagas e quase sempre se consegue internação de forma compulsória e através de decisão judicial.

 

OUÇA entrevista com Dona Raimunda:

Jozivan Antero – patosonline

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