A nona etapa do Circuito Som nas Pedras, realizada nesse sábado (16), na cidade de Queimadas, surpreendeu o público pela beleza das paisagens da região e a força da cultura popular. O local escolhido para receber as atividades foi a Serra das Antenas, localizada no complexo geológico do Parque Estadual das Pedras, que atravessa os municípios de Fagundes, Queimadas e Caturité.
Durante a tarde, quem foi em busca de aventura pôde aproveitar a trilha que liga a BR-104 ao alto da serra. Na subida, além do contato com os moradores da zona rural de Queimadas e suas criações de cabras, galinhas e frutas da região, os visitantes puderam apreciar as belas paisagens ao entardecer.
Lá em cima, a programação do evento começou ao pôr do sol, com a Orquestra Prima, do polo de Campina Grande. Composta por 20 músicos, entre estudantes da rede estadual de ensino e professores, a orquestra executou um repertório que mesclou grandes obras da música erudita e canções que embalam o imaginário nordestino.
Enquanto a orquestra finalizava a apresentação, em outro ponto do complexo o público se concentrava próximo ao local onde há resquícios de um antigo cemitério indígena. Na Caverna da Loca, a plateia foi recepcionada pela representação do cangaço realizada pela Companhia de Projeções Folclóricas Raízes, que em seguida levantou poeira com o espetáculo de xaxado.
Já na Pedra do Vento, o historiador Antônio Carlos abriu o terceiro momento da programação falando sobre a importância da preservação do complexo geológico em função de sua riqueza histórica. “Nós temos a história desenhada nas pedras, contando os rituais de caça, de descarne e de agradecimento, ou seja, os indígenas escreveram um livro nas pedras”, destacou.
No largo da Pedra do Vento, a programação esquentou com a apresentação do Samba de Roda de Mestre Zé Zuca, do sítio Sulapa. Sob comando de Seu Geraldo Preto, na zabumba, o quarteto formado por triângulo, pratos e caixa fez o público dançar com os tradicionais coco de roda e coco furado. A brincadeira é tradição da região desde os anos de 1910 e bastante frequente nas novenas da zona rural do município.
Em clima de festa, uma grande quadrilha junina envolveu o público e encerrou a programação do Som nas Pedras em Queimadas, ao som do músico Hugo Sanfoneiro. A secretária de Cultura e Turismo de Queimadas, Angélica Figueiredo, destacou o desafio que foi realizar a ação no alto da serra. “Uma coisa é fazer o evento lá embaixo, outra coisa é realizá-lo no alto de uma serra, e creio que o fizemos com êxito”, comemorou.
Já o secretário executivo de Estado da Cultura, Milton Dornellas, destacou a sinalização do Governo do Estado em ampliar o Circuito Som nas Pedras, em 2020. “O projeto foi tão exitoso, que o governador João Azevêdo compreendeu a importância e garantiu a ampliação no próximo ano, envolvendo mais cidades e mais investimentos”, informou.
Parque Estadual das Pedras – A exemplo de outros parques estaduais, como o Pico do Jabre e a Pedra da Boca, o Parque Estadual das Pedras tem seu início na Serra do Bodopitá, seguindo pela Cordilheira das Pedras, que abriga imponentes formações rochosas como a Pedra do Touro, a Pedra do Vento e a Pedra Guritiba. O parque abriga também importantes sítios arqueológicos, como o Bodopitá, Gravatá dos Trigueiros, Pedra dos Vidinhas, Malhada Grande, Zé Velho e Castanho I, II e III.
Última cidade – Após passar pelas cidades de Juru, Matureia, Teixeira, Princesa Isabel, Congo, Monteiro, Cabaceiras, Serra Grande e Queimadas, o circuito será finalizado no Lajedo do Marinho, em Boqueirão, no dia 23 de novembro.
Sobre o circuito – O Circuito Som nas Pedras é uma realização das prefeituras e empreendedores locais, e conta com a parceria do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Secretaria de Estado da Comunicação Institucional, Secretaria de Estado da Administração, Empresa Paraibana de Turismo (PBTur) e a Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), por meio da Rádio Tabajara e do Jornal A União, e o Sebrae.
SECOM