"Não aceitaremos que atitudes como essa, de ódio e intolerância, fiquem impunes", disse Camilo Santana (Imagem: reprodução/Facebook)
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O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), classificou como “inaceitáveis” os ataques ao padre Lino Allegri, hostilizado verbalmente no início do mês após criticar o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) — em especial, a condução das políticas de combate à pandemia. Santana também informou ter determinado o envio de policiais para garantir proteção ao clérigo.

“Inaceitável a atitude desses que se dizem cristãos ‘invadirem’ uma igreja para insultar e intimidar um líder religioso. Informo que desde a semana passada determinei ao nosso secretário da Segurança para não só enviar policiais para garantir a integridade do padre Lino, como instaurar inquérito para apurar qualquer tipo de ameaça contra ele”, escreveu o governador em uma rede social.

Em discurso semelhante, o prefeito de Fortaleza, onde o caso aconteceu, também definiu o caso como “inaceitável” e prestou solidariedade ao padre Lino Allegri.

“É inaceitável a hostilização sofrida por padre Lino Allegri, a quem dedico minha solidariedade. Mais um grave episódio de intolerância e uma afronta aos ensinamentos cristãos. Ressalto aqui meu apoio ao governador Camilo Santana, que determinou a investigação para apurar as ameaças. Que os autores sejam devidamente responsabilizados”, pediu.

Entenda o caso

O primeiro ataque verbal ao padre Lino Allegri aconteceu em 4 de julho, segundo relatou o jornal O Povo. Ele foi hostilizado por pelo menos oito católicos, contrariados com as críticas feitas pelo clérigo a Bolsonaro e, mais especificamente, à condução das políticas do governo federal de combate à pandemia de covid-19.

Antes, durante um sermão matutino, o padre havia feito uma homenagem aos mais de 500 mil mortos pela doença no Brasil, dizendo que parte desses óbitos poderia ter sido evitada se o governo tivesse sido mais assertivo no enfrentamento ao coronavírus.

Uma semana depois, ainda de acordo com O Povo, um outro bolsonarista invadiu a Paróquia da Paz, onde o padre Lino atua, gritando ofensas aos demais clérigos. Um dos sacerdotes que comandava a celebração era Ermano Allegri, seu irmão.

Os protestos se tornaram frequentes, com o objetivo de “fiscalizar” a atuação do padre Lino. Diante disso, após reunião com o sacerdote, a paróquia decidiu por afastá-lo das missas, como forma de mantê-lo em segurança. Agora, ele aguarda para entrar no Programa Estadual de Proteção aos Defensores e Defensoras de Direitos Humanos (PPDDH) e segue sem saber quando voltará às atividades paroquiais.

UOL

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