Foto: Antonio Augusto/ASCOM/TSE
Compartilhe!

O inquérito da Polícia Federal que investigou a suposta ação de hackers no TSE em 2018 não conclui que houve fraude no sistema eleitoral naquele ano ou que poderia ter havido adulteração dos resultados, diferentemente do que disse Jair Bolsonaro em entrevista à Jovem Pan nesta quarta-feira, 4.

O caso da invasão aos sistemas internos do TSE, em módulos que não alteram a votação em si, já tinha sido revelado em reportagem do site TecMundo em novembro de 2018 — que também não fala em “invasão a urnas”.

A partir disso, a PF instaurou ainda naquele ano um inquérito sigiloso, que foi obtido pelo deputado bolsonarista Filipe Barros, relator da PEC do voto impresso na Câmara. Barros participou hoje da transmissão de Bolsonaro pelas redes sociais.

Na entrevista à Jovem Pan, o presidente alegou que, “quando tivemos eleições em que o código-fonte esteve na mão de um hacker, pode ter acontecido tudo, aperta 17 e sai nulo”.

Ouvido pela Folha, o especialista Diego Aranha, da Universidade de Aarhus (Dinamarca), rebateu: “É naturalmente falso o argumento de que a posse do código-fonte é suficiente para provocar fraude”.

“Se fosse o caso, os fiscais de partidos políticos que possuem acesso ao código-fonte nas dependências do TSE estariam fraudando eleições a torto e a direito desde o princípio, o que não é nada razoável de se assumir”, acrescentou Aranha, que também teve acesso ao inquérito e é crítico do que chama de vulnerabilidades no sistema do TSE.

O Antagonista

Deixe seu comentário