Após perder o irmão para a Covid-19, enfermeira se emociona ao vacinar o próprio filho. — Foto: Arquivo Pessoal/Luana Medeiros
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Uma enfermeira teve a oportunidade de vacinar o próprio filho contra a Covid-19, em Campina Grande, Agreste da Paraíba. A profissional de saúde Luana Medeiros perdeu o irmão para a doença, e nesta sexta-feira (27), viveu um misto de emoções ao imunizar o filho, de apenas 18 anos.

Luana tem 36 anos e trabalha na prefeitura de Campina Grande, pela Secretaria de Saúde, há seis anos. Durante a pandemia, trabalhou no Hospital da Criança e também em uma gerência de saúde do Município.

No início da vacinação contra a Covid-19 em Campina Grande, ela foi convocada para trabalhar na campanha de imunização.

“Quando começamos a vacinar, era uma mistura de sentimentos. O medo tomava conta porque também tínhamos medo de contrair a doença. Mas quando começou a ampliar a idade fiquei muito feliz por poder vacinar minha família”, conta.

O desejo parecia estar perto de ser alcançado, quando o irmão de Luana contraiu Covid-19. Onilton Júnior, de 25 anos, foi infectado pelo novo coronavírus em dezembro de 2020, ficou 23 dias intubado, e recebeu alta hospitalar em janeiro de 2021.

Mesmo após sair do hospital, o jovem ficou com diversas sequelas da doença, e acabou morrendo em junho deste ano por um problema na traqueia. Ele jogava no time de futebol americano Tropa Campina, deixou uma filha e esposa.

Após a morte do irmão, Luana enfrentou dificuldades para voltar a trabalhar na vacinação contra a Covid-19. A ideia de não poder vacinar o irmão, vítima da doença, afetou a enfermeira. Mas ela não desistiu após pensar nos demais familiares que ainda não haviam se vacinado.

“Eu não conseguia voltar a vacinar. Mas pensei ‘tenho que voltar porque vai chegar a idade do meu marido, do meu filho. Tenho que me levantar’. Sabia que tinha muita gente precisando de mim”, comentou.

Aos poucos, a enfermeira voltou ao trabalho, e nesta sexta-feira (27) viveu um momento de grande emoção ao vacinar o próprio filho, Pedro Lucas, de 18 anos.

“Foi um misto de sentimentos. Pensei no meu irmão querido. Se ele tivesse tomado a vacina talvez isso (sua morte) não teria acontecido. Mas, acima de tudo, o sentimento é de gratidão por ver meu filho bem e poder vaciná-lo. O medo de perdê-lo para essa doença era muito grande”, conclui Luana, emocionada.

G1 PB

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