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Gilmara Gomes Novo celebrou a Páscoa deste ano de uma maneira bem diferente, mas a data para ela também significou renascimento. Para a ciência, a morte é considerada irreversível, mas graças ao gesto de solidariedade da família de um jovem de 20 anos que disse sim à doação de órgãos, Gilmara, de 36 anos, ganhou a chance de aumentar sua expectativa de vida com um transplante de coração, realizado no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires.

Segundo a cardiologista Roberta Barreto, que acompanhou a paciente durante, aproximadamente, 6 anos, Gilmara estava na lista do transplante desde julho de 2023 e, pela piora clínica, ela entrou no sistema como prioridade para receber o coração em março deste ano. Roberta relatou que ficou muito feliz em ver que a paciente conseguiu o transplante em tempo hábil, e em uma data tão representativa.

“Todos os transplantes são muito marcantes, mas esse foi realmente especial porque a paciente pôde receber o coração justamente no Domingo de Páscoa. Então não há nada mais significativo e divino do que reviver, criar uma vida nova no dia em que Jesus ressuscitou. Então a morte virou vida, a dor, o sofrimento, virou esperança”, afirmou a médica.

De acordo com a coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do Metropolitano, Patrícia Monteiro, a paciente foi transferida do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), via regulação, para o Hospital Metropolitano, no último sábado (30), para melhor tratamento da insuficiência cardíaca. No dia seguinte, a gestora recebeu a notícia de que havia um doador compatível.

“Para o transporte do coração, nossa equipe contou com o apoio da Central de Transplante da Paraíba e do Corpo de Bombeiros. A equipe saiu para captação às 9h, iniciou a captação às 11h, e chegou aqui no Metropolitano por volta das 14h. É um trabalho conjunto em favor da vida”, explicou a gestora.

No transplante, tudo ocorreu conforme planejado, segundo o cirurgião cardiovascular Antônio Pedrosa. Agora Gilmara está se recuperando do procedimento na UTI Coronária do Hospital Metropolitano.

A diretora da Central de Transplantes, Rafaela Dias, pontua o trabalho da equipe da Central para a conquista do resultado e a generosidade da família doadora. “É com imensa gratidão que expresso meu profundo apreço aos familiares do jovem de 20 anos que, em um momento de grande dor, encontraram forças para autorizar a doação de órgãos e tecidos. Graças a esse gesto de amor, a esperança foi restaurada para uma jovem de 36 anos, que agora tem um novo coração pulsando em seu peito, e para um homem de 40 anos, que recebeu um novo fígado para continuar sua jornada. Além disso, as córneas doadas trarão de volta a visão a duas pessoas distintas, iluminando seus caminhos com a luz da esperança e da oportunidade,” enfatizou Rafaela.

Transplantes da Paraíba em 2024: De acordo com o setor de estatística da Central de Transplantes da Paraíba, em 2024, o estado registrou a realização de 71 transplantes, sendo 55 de córneas, três de coração, sete de fígado e seis de rim. Ainda aguardam na lista de espera 559 pessoas.

Sobre o Metropolitano: O Hospital Metropolitano é referência em cardiologia e neurologia e recebeu o credenciamento para realização do transplante cardíaco em junho de 2020. Desde então, o Ambulatório de Transplante foi implantado na unidade para atendimento a pacientes candidatos ao procedimento. Além do transplante em adultos, o Metropolitano tornou-se o 5º hospital público do país habilitado para fazer transplante de coração pediátrico. Em 26 de março de 2022, a unidade hospitalar realizou o primeiro transplante cardíaco 100% SUS pela Paraíba. Já em 2023, foram realizados quatro transplantes cardíacos e, este ano, dois. No total, o Metropolitano realizou sete transplantes ao longo de dois anos.

SECOM-PB

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