Patos (Foto: reprodução)
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Para além das comemorações feitas pelos vitoriosos e dos fatos que resultaram em vitórias e derrotas, ao analista político, avulta um fato. A política de Patos tem girado nos últimos anos em torno de determinadas lideranças de permanência mais ou menos longa. Casos de Edvaldo Motta, Chica Motta e Múcio Sátiro por décadas. De Rivaldo Medeiros,  Geralda Medeiros, Dinaldo Wanderley, por quase vinte anos. Ou de lideranças mais efêmeras como Carlos Candeia, Ivânio Ramalho e Dinaldinho, por um ou dois mandatos. Terminando por Dr. Érico Djan, cujo primeiro mandato ainda não terminou. Alguns ainda estão em atividade como Nabor Wanderley e Hugo Motta, herdeiros de Edvaldo e Francisca.

Uma tônica de várias destas lideranças é que tem um caráter hereditário. Edivaldo e Chica geraram Nabor e Hugo. De Rivaldo surgiu Dinaldo e deste Dinaldinho. Múcio criado à sombra do tio Ernani, a maior liderança da nossa história política, não conseguiu deixar herdeiros, apesar da tentativa de fazer uma filha vereadora. Candeia e Ivânio foram lideranças efêmeras que não deixaram herdeiros.

Algumas lideranças promissoras, como Zé Motta, foram sufocadas pelas cúpulas partidárias, por serem independentes demais.

Este nosso preâmbulo foi necessário para chamar a atenção para uma nova liderança que surgiu em Patos e foi batizado nas últimas eleições. O Dr. Ramonilson Alves Gomes.

Há muito não tínhamos em Patos uma liderança surgida sem padrinhos com tanta capacidade de atrair eleitores. Dr. Ramonilson começou do zero. Sem padrinhos, sem partido forte, sem grandes lideranças ao seu lado, sem financiadores que lhe garantissem uma campanha a base de dinheiro. Apenas com uma história de vida ilibada, com a autoridade de que soube ser autoridade sem cometer arbitrariedades. Conseguiu vinte mil votos e é hoje a segunda maior liderança política da cidade de Patos. Apesar de ter que vencer um grande desconhecimento pessoal, principalmente nas classes mais carentes.

Com a votação obtida e sem outra liderança que lhe faça sombra, Ramonilson se credencia como o comandante natural da oposição patoense e como forte candidato a deputado estadual nas próximas eleições. É só saber administrar o capital político acumulado e começar a organizar seu trabalho político a partir de agora.

Ele não pode hesitar nem perder tempo, antes que algum aventureiro ocupe o espaço aberto . Deve organizar uma bancada de oposição na Câmara de Vereadores, fornecer subsídios políticos para esta oposição e se preparar para os próximos embates. Manter o exército que arregimentou, de prontidão. Vai prestar um grande serviço à cidade de Patos, vigiando a administração de Nabor e mostrando que tem soluções para os diversos problemas que forem surgindo. Com isso pavimentará o caminho para o “tira-teima” de 2024.

Luiz Gonzaga Lima de Morais – lgmorais@uol.com.br

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