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25No sentido Patos-Campina Grande, a cerca de 300 metros da margem direita da Alça Sudeste, no meio do mato, vive uma comunidade  isolada. “Aqui é conhecido como Serrote Liso”, disse o carvoeiro José Morais Bernadino, que vive na comunidade há três anos.

No local vivem cerca de 60 pessoas, inclusive idosos e crianças. Quase todos trabalham como carvoeiro ou catador de lixo (ou os dois), e falta tudo no local: as casas são de taipa e algumas não têm portas, não há eletricidade e a água não tem qualidade. “Nada, aqui não existe uma televisão, uma geladeira e a nossa ‘ambulância’ é uma moto caindo aos pedaços e que no momento está no prego”, disse o morador Thiago José da Conceição, de 33 anos.

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“Ambulância ” da comunidade.

Segundo Joana Maria da Silva, viúva, hipertensa, mãe de quatro filhos, e que vive nas ruas de Patos como pedinte, a água que a comunidade toma é poluída:  “Tomamos água de pote, trazida de um cano da Cagepa que tem um vazamento e improvisamos uma caixa, mas a água, por ser usada também por animais, é muito suja, de péssima qualidade”, disse.

O morador José Emerson, que também trabalha com carvão, disse que a comunidade precisa de medicamentos e que a área é cheia de cobras e escorpiões. “Pelo menos um médico poderia vir aqui de vez em quando”, cobrou.

Alguns dos moradores planejam fundar uma associação comunitária, mas não conseguem. “Aqui a gente trabalha ou com lixo ou com carvão e por isso a terra está sempre quente, com fumaça por conta do carvão. O que nós temos nas nossas casas conseguimos no lixo, e ninguém tá nem aí para se reunir e tentar buscar alguma melhoria para a comunidade”, disse José Mamede, de 72 anos.

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Dona Joana: “Bebemos água suja, tiramos de onde os animais bebem também”.

Outro morador, Felipe Avelino, de 25 anos, disse que a cidade de Patos mal sabe da existência dessa comunidade, mas que nas eleições do ano passado políticos (ele não citou os nomes) estiveram na localidade. “Prometeram nos ajudar, mas até agora nada”, disse.

A pobreza é extrema, vivem sem a mínima qualidade de vida, sem o básico, e a comunidade é praticamente desconhecida pela cidade de Patos.

Por ficar próximo ao aeródromo de Patos, onde futuramente deverá se construir o aeroporto, resta saber se a comunidade poderá permanecer no local ou não. Na possibilidade de não poder permanecer por conta das regras estabelecidas para a construção do aeroporto, dificulta até a realização de serviços de infraestrutura no local por parte do poder público.

O que a comunidade quer no momento e a cidade saiba da existência dela e que possa ajudá-la de alguma forma.

Folha Patoense – folhapatoense@gmail.com

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