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Seu Francisco de Assis tem 64 anos e ficou cego aos oito meses de idade.

Quem passa em frente à agência do Banco do Brasil, em Patos, pela manhã, certamente o encontrará encostado num poste e pedindo alguma ajuda em dinheiro. Seu nome é Francisco de Assis de Oliveira, tem 64 anos, e ficou cego aos oito meses de idade por causa de um sarampo nos olhos.

É natural de Santa Luzia, mas vive em Patos há mais de 40 anos. Há 30 anos, das 7 às 11 horas, de segunda a sábado, ele recorre à caridade alheia, sempre no mesmo lugar. Apura de 20 a 30 reais por dia.  A esposa, Severina Amélia de Oliveira, se encarrega de deixá-lo e pegá-lo no local (quando ela não aparece no horário combinado ele volta de mototáxi).

Seu Francisco de Assis reside no Conjunto Batuel Palmeira, no Bairro Dona Milindra.  Tem seis filhas, mas nenhuma mora com ele. “Estão todas casadas e cuidando de suas casas e de seus filhos”, explica.

Ele disse que está precisando muito de um microfone grande, já que o que ele usa, preso em sua cabeça, é muito pequeno, sem potência e machuca muito. “Se alguém puder me dê um microfone de presente, por favor,”, diz.

Ele recebe R$ 600,00 mensais de amparo, mas o valor é descontado por conta de um empréstimo que fez. “O que recebo só serve para pagar as contas. Não sobra nada, por isso preciso pedir e, para trabalhar direito preciso de um microfone”, repete.

No domingo ele costuma ir à missa. Frequenta com assiduidade a Igreja de Santo Expedito, no São Sebastião. Quando está em casa, segundo diz, seu passatempo, é tomar café.

Ele disse que o que o entristece às vezes é que apesar de há tantos anos viver pedindo ajuda às pessoas ainda tem gente que questiona a sua cegueira. “Eu peço porque preciso, preciso muito”, finaliza.

Folha Patoense – folhapatoense@gmail.com

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