Na sequência, da esquerda para a direita: Italo Gomes (Republicanos), Nadir (Republicanos), Segundo (Republicanos), Emano Araújo (Solidariedade), Tide Eduardo (PSL), Sales Júnior (Republicanos), David Maria (DC), Nega Fofa (Solidariedade), Décio Motos (Solidariedade), Jamerson Ferreira (PL), Ferré Maxixe (PSL), Zé Gonçalves (PT), Marco Cesar (PSC), Willa da Farmácia (PROS), Josmá Oliveira (Patriota), Sargento Patrian (REDE) e Nandinho (Avante) - Foto: montagem/Portal Patos Metropolitano
Compartilhe!

A atual Câmara de Patos, cujo mandato se encerra, foi uma das mais execradas dos últimos tempos. E o fez por merecer. A maioria dos seus participantes estava mais preocupada em “se arrumar” do que em fiscalizar a administração, elaborar projetos e defender os interesses da população, seu papel original.

Mas, embora tenha eleito quase todos os novos vereadores com perfil semelhante aos que saem, o eleitor deu uma demonstração mínima de consciência política ao deixar de renovar a maioria dos mandatos. Entretanto, a maioria dos novatos investiu verdadeiras fortunas para conseguirem uma vaga na Câmara. E isso prenuncia que pouca mudança teremos em relação aos que foram rejeitados.

A maior demonstração disso é o alinhamento feito ao redor dos dois possíveis disputantes à presidência da Câmara, confirmando que a maior atração que os move é o poder. De um lado se alinham os que buscam a sombra do prefeito, do outro os que buscam a sombra da atual presidente da Câmara. Ou seja, estão movidos em sua maioria pelas promessas das benesses do poder.

Como pode ser um confiável fiscal da administração municipal, um vereador que se alinha caninamente com o prefeito? Das duas, uma. Ou vai votar todos os projetos de iniciativa do prefeito, sejam bons ou ruins para a população, para garantir as benesses recebidas através da nomeação de amigos para cargos comissionados ou até de vantagens financeiras. Ou vai discutir com o prefeito e seus prepostos qual a vantagem que vai receber para votar favorável a cada projeto de interesse do prefeito.

Um vereador que se preze tem que ter um mínimo de independência no exercício de seu mandato. E para isso não pode exercer seu mandato comprometido com quem quer que seja, a não ser a população do município que o elegeu. Por isso, mesmo que seja da base do prefeito tem que ter um mínimo de independência para divergir deste, sugerindo as melhorias necessárias em todo projeto submetido ao seu exame e votação, de modo a que a população não seja prejudicada.

Claro que a afinidade política pode existir entre prefeito e vereador, mas nunca a subserviência que comprometa a sua independência. Por isso, uma chapa para a Mesa da Câmara que só tenha aliados do prefeito, se torna inconfiável desde a origem. Por essa razão, a chapa encabeçada por Tide nos parece a mais confiável das que se esboçam em Patos. Tide procurou montar uma chapa eclética, com a participação de diversos partidos e só isso a torna melhor do que uma chapa que nasça à sombra da Prefeitura, mesmo considerando Tide como uma futura aliada do prefeito.

A outra chapa que se esboça seria encabeçada por um ex-cunhado do prefeito, um dos candidatos privilegiados por Nabor durante a campanha política e, segundo se comenta, candidato declarado do grupo a deputado estadual   em 2022. Com a clara intenção de alavancar a sua candidatura, segundo andaram insinuando parentes seus nas redes  sociais, para uma pretensa vaga na Assembleia Legislativa, provavelmente contando com o apoio do futuro prefeito.

Será que a Câmara que queremos em 2021 será um simples “puxadinho” da Prefeitura, garantida por uma Mesa subserviente, ‘sem um mínimo de independência?

Luiz Gonzaga Lima de Morais – lgmorais@uol.com.br

Deixe seu comentário