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Veículos de alguns países repercutiram o pedido de demissão feito pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, alvo de investigações por suposto conluio com madeireiros na Amazônia. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União. Joaquim Álvaro Pereira Leite, que era da Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais, assume a pasta.

Nos Estados Unidos, o “The Wall Street Journal” lembra que Salles é alvo de investigação de extração de madeira ilegal, e que o movimento de sua saída ocorre semanas depois da abertura de inquérito feita pela Polícia Federal, com a autorização do STF (Supremo Tribunal Federal).

Reportagem de destaque na página principal do Financial Times, do Reino Unido, diz que a renúncia do ministro foi “uma decisão surpresa aplaudida por ativistas”.

Apelidado de ‘ministro antiambiental’ do Brasil pelos oponentes, Salles presidiu um forte aumento no desmatamento na floresta amazônica nos últimos dois anos (…) A renúncia de Salles ocorre em meio a uma investigação da Polícia Federal sobre alegações de conluio com madeireiros ilegais para exportar madeira da Amazônia.

Já a Reuters, uma das principais agências de notícia do mundo, pontua que ao longo de sua gestão, “Salles atuou como o principal negociador do Brasil com os Estados Unidos sobre o financiamento para preservar a floresta amazônica, onde o desmatamento aumentou desde que o presidente de direita Jair Bolsonaro assumiu o cargo em 2019.”

A Bloomberg ressalta que a pressão para a exoneração do ministro aumentou depois que as autoridades americanas apreenderam um carregamento brasileiro de madeira que suspeitavam ter sido cortada ilegalmente.

“Em sua declaração de saída, ele aludiu às acusações, dizendo que as pessoas não deveriam ‘criminalizar’ opiniões ou visões divergentes.”

Nas redes sociais, o Greenpeace Brasil usou um meme para criticar o novo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, no Twitter. Ele foi escolhido como substituto de Ricardo Salles.

Salles é alvo de investigações; entenda

Autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), investigação da PF (Polícia Federal) apura se Salles atuou para afrouxar o controle do Ibama sobre a exportação de madeira. Segundo as investigações, ele reuniu-se em março do ano passado com um grupo de madeireiros no Pará que vinham tendo cargas de madeira retidas em portos no exterior por falta da autorização do Ibama.

A Operação Akuanduba executou buscas e apreensões nos endereços de Salles e de outros 21 investigados, entre servidores do ministério, dirigentes do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e empresários do ramo madeireiro.

Salles também é alvo de outro inquérito, autorizado pela ministra Cármen Lúcia no início deste mês. Trata-se da Operação Handroanthus, também da PF, que apura a suposta prática de crimes com o objetivo de dificultar a fiscalização ambiental e impedir investigação que envolva organização criminosa, além de suposto crime de advocacia administrativa. Salles nega irregularidades nos dois casos.

UOL

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