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O bolsonarista João Carlos Baldan, 47, fretou um ônibus para levar militantes de São José do Rio Preto (SP) ao ato golpista em Brasília no último domingo (8). Naquela manhã, enquanto caminhava para a Praça dos Três Poderes, ele gravou um vídeo com insultos e ameaças ao ministro Alexandre de Moraes, do STF:

“Vamos mostrar para esses vagabundos, esses comunistas de merda, o que é um pé na porta agora. Canalhas de uns vagabundos. Segura aí, Xandão de merda”João Carlos Baldan, 47, a caminho do STF no domingo (9).”

O ônibus fretado por Baldan foi um dos 87 que o Supremo mandou apreender após a invasão. Deste montante, 29 — um terço do total — tem placas registradas no interior de São Paulo.

A empresa de turismo São Matheus, que alugou o ônibus para Baldan, pediu na última terça (10) a liberação do veículo, argumentando que atuou como “mera prestadora de serviços” para levar passageiros a Brasília. Ao Supremo a empresa deu detalhes da viagem:

  • o ônibus, com 46 assentos, foi fretado por R$ 11 mil
  • a caravana partiu do Tiro de Guerra, um quartel de São José do Rio Preto, às 20h da última sexta (6)
  • a volta estava marcada para a última terça (10), às 17h.

Baldan tem participado de atos bolsonaristas pelo menos desde março de 2020. Naquele mês, ele esteve nas manifestações a favor do presidente e contra as medidas de combate à Covid-19.

No ano passado, dias antes do feriado de 7 de setembro, ele adesivou a própria caminhonete com a inscrição “Supremo é o povo”, para convocar manifestantes a Brasília. Ao publicar uma das fotos do veículo no Facebook, ele fez uma ameaça ao ministro do STF:

“Aí vagabundo Alexandre de Morais [sic] espera aí se tu é macho mesmo vagabundo. Estou chegando e não vai ser para conversar não”

Esta não foi a primeira vez que Baldan organizou uma caravana bolsonarista para Brasília. Ainda em agosto de 2021, na preparação para o 7 de setembro, ele publicou um vídeo oferecendo lugares em um ônibus que iria à capital federal dois dias antes. Na ocasião, fez uma ameaça golpista.

A gente sabe o dia que vai começar a luta, mas não sabemos o dia em que vai terminar. Mas saibam de uma coisa: nós vamos para resolver o problema […] Chega de diálogo”.

O UOL Notícias tentou contato com Baldan por ligações e mensagens de texto, mas não teve resposta. A lista mais recente de presos no ato golpista, atualizada pelo governo do DF às 20h de ontem, não continha o nome do bolsonarista, mas ele não fez nenhuma publicação nas redes desde a manifestação.

UOL

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