A comunidade Serrote Liso, na zona rural de Patos, fica nas proximidades da alça sudeste, e há mais de 10 anos moradores lutam por água e energia, mas até o momento nada foi feito por parte da prefeitura. São mais de 50 casas de taipa, onde diversas famílias vivem em situação de abandono.
A água que eles utilizam para todas as necessidades vem de um poço improvisado, que, no momento da visita da reportagem do Blog do Jordan Bezerra, se encontrava cheio de sapos. De cor escura e com a presença de lodo, a única água à disposição tem sido o escape para as famílias da localidade. Ultimamente o povoado recebeu a doação de um reservatório de água de 10 mil litros, de um jornalista patoense, que poderá receber água potável nos próximos dias.
Apesar de não ser tão longe da cidade, a comunidade não recebe a visita de agentes de endemias e demais serviços de saúde. Segundo os moradores, até mesmo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) se nega a atendê-los em casos de grande necessidade, como explica a moradora Joana Maria.
“Eu passei mal por três dias, mas o SAMU não veio me socorrer. Se um amigo não tivesse vindo me buscar, eu acredito que teria morrido. Não temos agentes de saúde, não recebemos ajuda alguma da prefeitura. Eles viram as costas para nós que moramos nas comunidades, e por isso nos sentimos abandonados”, lamenta Joana.
Francinaldo Bento, que também é morador da comunidade, relata que diversas vezes já buscou ajuda na prefeitura, mas, segundo ele, só recebeu promessas. Ele afirma que não irá desistir de lutar.
“Infelizmente a nossa situação é muito precária. Falta água, luz e até mesmo um lar adequado, pois aqui temos crianças, pessoas deficientes e idosas. O que nós precisamos é de um apoio do poder público. Nós só recebemos promessas, mas nós não desistimos dos nossos sonhos. Para sobreviver nós fazemos carvão, catamos materiais recicláveis e assim vamos nos virando”, explica Francinaldo.
De acordo com a presidente da Associação de Moradores do Sítio Serrote Liso, Eliene Pereira, durante o período em que eles estão na localidade nada foi feito em benefício da população, mas que continuam lutando por melhorias diariamente.
“A nossa situação é muito difícil, pois nós não temos o básico para viver. Nós queremos mudança, pois estamos lutando diariamente para sobreviver. Não temos apoio algum do poder público. Nós não temos nada, e o que temos nós que conseguimos. Estamos há mais de 10 anos tentando melhorar a nossa situação”, relata Eliene.
Os moradores informaram que em período eleitoral recebem a visita de vários candidatos e grupos políticos, que fazem promessas de mudar a situação da comunidade, mas segundo os moradores, nenhum deles volta para cumprir o que prometeu.
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