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A pergunta que não quer calar: Por que Nabor Wanderley (Republicanos) não é o pré-candidato a prefeito de Patos pelo grupo “Mota”, quando todos esperavam que o fosse, já que reúne as maiores chances de vencer o pleito se comparado aos nomes que compõem o seu partido na cidade? Apesar disso e, também, contrariando todos os prognósticos, o ex-prefeito de Patos, por duas oportunidades, resolveu indicar (e apoiar) o vereador e prefeito interino Ivanes Lacerda.

A questão não foi muito bem esclarecida pelo atual deputado estadual, quando do anúncio da pré-candidatura de Ivanes e Lucinha na live que “bateu o martelo” sobre o projeto político da aliança Republicanos/PCdoB, fato ocorrido na última quinta-feira, dia 27 de agosto.

Acho pouco provável que Nabor estivesse com medo de perder a campanha pela segunda vez seguida, visto que foi derrotado em 2016 pelo seu principal desafeto político, Dinaldo Filho, hoje no MDB, pois “quem está na chuva é para se molhar”; e prejuízo maior que perder duas vezes é não concorrer mais, já que uma das regras da política é estar em evidência para não cair no ostracismo.

Outra coisa: o candidato tem que fazer sacrifícios pelo partido, afinal a política verdadeira é amparada num projeto de governo. Acovardando-se, você vai estar dizendo que “só entra no jogo para ganhar”, numa demonstração arrogante e antidemocrática em direção a um projeto pessoal ou de poder.

Quem não lembra que Francisca Mota foi para o sacrifício, quando não queria ser candidata em 2012, mas, por causa das pressões internas, cedeu aos caprichos do grupo? Foi vitoriosa nas urnas, todos lembram, mas o seu mandato teve um final desastroso. A reputação de pessoa ilibada foi manchada por desmandos administrativos que, até os dias de hoje, estão sob suspeição da Justiça e julgamento popular. E, convenhamos, Francisca não merecia ter passado por aquilo. Muito embora, honrou as saias que veste.

Também não acredito que os processos pelos quais Nabor responde possam ser um impedimento, pois o próprio já disse, em entrevistas, que “está tudo sob controle com relação a isso e que aos poucos está provando a sua inocência”. Além do mais, qual político não tem um processo nas costas e nem por isso se deixa abater eleitoralmente? Poucos, né?

Falaram ainda que o deputado Nabor Wanderley não iria trocar a possibilidade de ser presidente da Assembleia Legislativa, algo que ele está costurando há algum tempo, para ser prefeito de uma Patos devastada pelos últimos acontecimentos políticos-administrativos. Pelo jeito, o bem que que todos pregam é mais demagogia que compromisso com os cidadãos que anseiam por tempos de calmaria. Concluo: Precisamos de dignidade e amor próprio, isso sim. Porém, tirem as suas próprias conclusões.

“Ai! Ai! Tu, grande cidade, Babilônia, tu, poderosa cidade! Pois, em uma só hora, chegou o teu juízo” (Ap 18.10).

Da série de crônicas “Uma por dia” de Misael Nóbrega

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